Menos de uma semana depois de se omitir da audiência pública, na última quinta-feira (9), que debateu os alagamentos na cidade, para a qual foi convidada para apresentar as ações desenvolvidas, a Prefeitura de Vila Velha o fez – porém longe de constrangimentos e sem a pressão dos moradores. Com a presença do prefeito Rodney Miranda (DEM), as ações municipais foram apresentadas terça-feira (14) em reunião do Gabinete de Gestão Integrada Municipal de Drenagem (GGIM).
As ações da prefeitura prometem abrandar os efeitos das chuvas em Vila Velha. Uma das obras em andamento é Estação de Bombeamento do Canal de Guaranhuns, que terá sete bombas, das quais três já foram instaladas. Outras ações apresentadas foram as obras de macrodrenagem nos canais da Costa do Congo e da Bacia Hidrográfica do Rio Aribiri III.
Integrantes de entidades da sociedade civil, no entanto, apresentam ressalvas. “Nós não vemos isso como um projeto. É uma ação paliativa. Desde Max Filho se limpa canal, se limpa bueiro e se bota bomba em Araçás”, diz Petrus Lopes, do Instituto Jacarenema. Na audiência, Petrus apontou uma solução para Jockey Itaparica, bairro abaixo do nível do mar que é invadido pelas águas pluviais e do Rio Jucu: criar uma área para abrigar as águas excedentes.
Irene Léia, do Fórum Popular em Defesa de Vila Velha (FPDVV), considera as bombas um “paliativo positivo”, mas também acha que, de resto, as ações de drenagem são insuficientes pela complexidade do problema. A questão, destaca, demanda altos investimentos e passa também pela mudança do modelo vigente de ocupação do solo em Vila Velha.
Tal modelo se mostra conivente com a construção de obras próximas ao Rio Jucu, agravando os efeitos dos alagamentos. “A prefeitura mantém loteamentos nas margens do Rio Jucu, de certa forma estimulando a ocupação regular em uma região que não deveria ser ocupada, uma área de inundação”, alerta Irene.