O prefeito de Vitória Luciano Rezende (PPS) foi o alvo do terceiro protesto contra o aumento da tarifa dos ônibus na Grande Vitória. Cerca de 100 manifestantes saíram da Praça Costa Pereira, no Centro da Capital, e seguiram em direção à sede da prefeitura, em Bento Ferreira. Antes da partida, houve dúvida quanto ao destino, se o Palácio Anchieta, sede do poder estadual, se a prefeitura.
A opção pela prefeitura foi simbólica, já que o aumento dos ônibus municipais foi concedido imediatamente após o reajuste do Sistema Transcol. A passagem na Capital subiu de R$ 2,40 para R$ 2,70 a partir de domingo (24). A tarifa do serviço seletivo subiu de R$ 2,55 para R$ 3. A decisão veio pouco mais de uma semana após o reajuste do Sistema Transcol, cujo serviço convencional passou de R$ 2,45 para R$ 2,70.
Marcado para sair às 18h, o protesto saiu às 19h do Centro, acompanhado por cinco viaturas da Polícia Militar e duas da Guarda Municipal de Trânsito. Com bandeiras, batuques e canções de protesto, a marcha foi conduzida por uma grande faixa com os dizeres “Se a tarifa não abaixar, Vitória vai parar”. Estudantes compunham o grosso da manifestação.
Como nos demais protestos, havia poucos cartazes e algumas bandeiras, como do Diretório Central dos Estudantes do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes), União da Juventude Comunista (UJC), União dos Estudantes Secundaristas do Espírito Santo (Ueses), União da Juventude Socialista (UJS) e da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes).
O protesto saiu da praça e pegou a Avenida Governador Bley, estancando o trânsito sentido Serra. Na Curva do Saldanha, motoqueiros impacientes iniciaram um buzinaço. Em vão. Ainda no trecho, houve um incidente: o protesto abriu uma faixa para o trânsito fluir e, na pressa, um motoqueiro atingiu uma manifestante. Ele foi parado pelos policiais do Batalhão de Trânsito, que registraram a ocorrência de trânsito.
Os manifestantes fizeram uma breve pausa no cruzamento das avenidas Vitória e João Santos Filho, em Jucutuquara. Sentaram-se no asfalto e entoaram refrões – “Olê, olê, olé, olá, se a tarifa não abaixar, Vitória vai parar”, entre outros. Seguiram, então, pela João Santos Filho até a Avenida Marechal Mascarenhas de Moraes.
O protesto chegou à prefeitura com os manifestantes ironizando o “gesto da mudança”, mote da campanha que elegeu Luciano Rezende nas eleições de 2012: “O gesto da mudança, mudou para pior, R$ 2,70 Luciano tenha dó”. Por volta das 21h, o protesto se dispersou. Antes, ainda no asfalto da avenida, marcaram para este sábado (30) uma assembleia para debater os próximos caminhos do movimento. O encontro acontece a partir das 15h na Praça Costa Pereira.
Na volta para casa, os manifestantes realizaram um “roletaço” em grupos para seus respectivos destinos, ato deliberado em assembleia anterior.