Mais de 54,6% dos domicílios capixabas possuem pelo menos um automóvel ou motocicleta na garagem. Os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD/IBGE) 2012 sobre os deslocamentos casa-trabalho, assim como sobre a posse de veículos automotores e o acesso à política de auxílio-transporte, foram apresentados pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) nesta quinta-feira (24).
De acordo com a pesquisa, o motorista gasta em média 40,8 minutos para chegar ao trabalho nas regiões metropolitanas brasileiras — a média nacional, no geral, é de 30 minutos.
“Entre 2008 e 2012, a proporção de domicílios com algum tipo de veículo particular saltou em média oito pontos percentuais. Atualmente 54% dos lares brasileiros têm um carro e/ou moto. O resultado é o maior número de veículos nas ruas”, afirma o comunicado divulgado pelo Ipea.
No Espírito Santo, o salto comparativo entre 2008 e 2012 foi de 11 pontos. A posse de veículos particulares no Estado chega a 54,6%. Ainda bem menor que outros estados: Paraná 67,7%; Mato Grosso 67,9%; Santa Catarina 74,3%. A menor posse de veículo privado é no Amazonas: 33,8%.
De acordo com a pesquisa, a tendência é que o número de veículos automotores por domicílio aumente mesmo diante dos esforços para garantir a mobilidade urbana por meio do transporte coletivo e alternativos como a bicicleta.
“Apenas 11% das pessoas extremante pobres recebem vale-transporte. As classes baixas têm os maiores percentuais de informalidade no trabalho, de forma que a política do vale-transporte não atinge justamente quem mais precisa”, ressalta o estudo.
A farta oferta para compra de veículos, inclusive entre os segmentos de menor renda, são indicadores de que as vendas devem se manter em ascensão. A equação aquece a economia, gera mais emprego e renda, mas por outro lado causa uma dor de cabeça danada para os gestores púbicos, que precisam fazer investimentos cada vez mais pesados para amenizar os problemas de infraestrutura e mobilidade nas grandes cidades nos próximas décadas.
Outra constatação do estudo do Ipea foi a ineficácia das políticas de auxílio-transporte para as camadas mais pobres. De acordo com a PNAD, apenas 11% das pessoas extremante pobres recebem vale-transporte. “As classes baixas têm os maiores percentuais de informalidade no trabalho, de forma que a política do vale-transporte não atinge justamente quem mais precisa”, ressalta o texto.
Para o Ipea, “o padrão de mobilidade urbana no Brasil vem se alterando nos últimos anos com o aumento acelerado da taxa de motorização da população, o que significa mais acidentes de trânsito, maior poluição veicular e perda de tempo em função dos congestionamentos nos centros urbanos”.