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​Mais um abrigo clandestino é fechado em Itapemirim

No local foram encontradas seis pessoas com transtornos mentais. Espaço  não tinha alvará de funcionamento nem sanitário

Treze dias após o desmantelamento de um asilo clandestino em Itapemirim, sul do Estado, um abrigo foi fechado nesta quarta-feira (1). No local foram encontradas seis pessoas com transtornos mentais, sendo cinco homens e uma mulher. O espaço, de acordo com a gestão de Doutor Antônio (PP), não apresentava alvará de funcionamento nem sanitário. Além disso, a Vigilância Sanitária recolheu diversos remédios vencidos e vários outros sem identificação.

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A secretária de Assistência Social, Maria Helena Spinelli Escovedo, informa que o espaço não tinha alimentação de qualidade e as condições de higiene pessoal “eram péssimas, sem contar o forte odor de urina e fezes”. O caso chegou ao conhecimento da gestão municipal após uma denúncia anônima recebida pela Vigilância Sanitária, que foi apurada, apresentada à Polícia Civil (PC), e resultou na operação policial realizada nesta quarta-feira.

A PC cuida do indiciamento dos acusados. A prefeitura ficou responsável pela questão social. Dos seis internos, dois foram acolhidos por familiares. Outros três conseguiram acolhida da família por meio de intermediação da Secretaria Municipal de Assistência Social e Cidadania. Um dos internos foi levado para um abrigo legalizado em Cachoeiro de Itapemirim, também no sul do Estado.

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No caso desse último, o espaço onde se encontra agora é particular e será pago pela Prefeitura de Itapemirim, já que familiares se recusaram a se responsabilizar pelo mesmo. Além da Vigilância Sanitária e da Secretaria de Assistência Social, participaram da operação o Centro de Testagem e Aconselhamento(CTA), o Centro de Atenção Psicossocial(CAPS), equipes médica e de enfermagem da unidade de saúde de Itaoca e a Guarda Municipal.

O diretor de Vigilância Sanitária de Itapemirim, Alex Marvila, afirma que, apesar de estarem “sempre atentos aos sinais”, a população deve denunciar. De acordo com ele, o anonimato é assegurado. As denúncias podem ser realizadas através do canal da ouvidoria municipal, pelo 181, ou via protocolo direcionado para a Vigilância Sanitária.

Em 19 de janeiro, um asilo clandestino já havia sido interditado em Itapemirim e sua responsável foi indiciada. A ação foi empreendida pela Delegacia Regional de Itapemirim em conjunto com a prefeitura, que iniciaram o processo de remoção dos internos para suas famílias e instituições regularizadas de assistência.
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O delegado regional, Djalma Pereira Lemos, afirmou na ocasião que os idosos cujas famílias não foram identificadas seriam encaminhados para a Clínica Recanto, em Cachoeiro de Itapemirim. “É regularizada e confiável e a prefeitura já tem um convênio com ela”. Já as pessoas não idosas que estavam internadas precisariam ser encaminhadas pela Secretaria Municipal de Assistência Social para instituições igualmente regularizadas.

Segundo a prefeitura, dez pessoas já haviam sido encaminhadas para casa de familiares, nos municípios de Castelo, Venda Nova do Imigrante, Cachoeiro de Itapemirim, Brejetuba e Vargem Alta. Duas pessoas com deficiência mental seriam internadas até que as famílias sejam localizadas e uma mulher que estava com duas crianças no espaço do asilo clandestino foi liberada.

A casa contava com doze internos, entre idosos, dependentes químicos e pessoas com problemas psiquiátricos, sendo 11 homens e uma mulher, e não havia nenhum tipo de autorização para funcionamento de abrigo. “O local não contava com serviços médicos, enfermaria, cozinheira, segurança. Inclusive oferecia risco, por ter escada”, descreveu o delegado Djalma Lemos. Além disso, estavam no local uma mulher que se identificou como filha de uma interna, e duas crianças, de dois e sete anos, que, segundo depoimento, estavam visitando a mãe, vindas do Rio de Janeiro.
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“No local foram encontrados muitos medicamentos, inclusive fora de suas embalagens, e sem a devida descrição de nome, dosagem, validade, e na cozinha tinha comida insuficiente para o número de pessoas que residia na casa”, relatou. O delegado ressaltou ainda que, de acordo com depoimentos prestados por familiares dos internos, a responsável pelo abrigo ficava com os cartões de benefícios e aposentadorias dos idosos e, ainda assim, cobrava valores extras periodicamente, alegando necessidade de compras de remédios. “Ela fazia um tipo de extorsão”, afirma a autoridade policial.

O caso chegou ao conhecimento da polícia e da prefeitura por meio de denúncia feita pela unidade de saúde próxima ao imóvel. Numa primeira visita, feita na segunda-feira (16), a proprietária do abrigo clandestino informou que havia alugado a casa para veraneio e não deixou a equipe entrar. Logo após, mediante informações da unidade de saúde, a equipe voltou ao local e conseguiu constatar as irregularidades. “Muito importante que as pessoas façam denúncias como essa, para nos ajudar a enfrentar os crimes”, ressaltou o delegado.

Djalma Lemos acredita que a prisão preventiva da responsável será decretada em juízo nos próximos dias. E, assim que a Delegacia receber os laudos da Vigilância Sanitária, da Saúde e da Assistência Social, será possível tipificar sua conduta, podendo ser definidas as punições a serem aplicadas.

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