O projeto da Prefeitura de Vitória de mão inglesa na Enseada do Suá, em Vitória, é uma das condicionantes para a regularização, no âmbito do Conselho Municipal do Plano Diretor Urbano (CMPDU), de dois projetos do Shopping Vitória: uma academia e uma clínica médica. É uma medida mitigatória para o impacto dos empreendimentos no trânsito da região. A outra medida é a construção de área de estacionamento.
O problema, informa a representante da Região 5 no conselho, a moradora da Ilha do Boi Marilza Celin, é que o que foi aprovado não foi o projeto de mão inglesa, mas sua discussão entre a Secretaria de Desenvolvimento da Cidade (Sedec) e a comunidade. A proposta de inversão de sentido da Rua Marília de Rezende Scarton Coutinho não agrada aos moradores da Ilha do Boi.
“É um projeto de interesse do Shopping Vitória e não da cidade”, critica Marilza. O Shopping Vitória vai realizar as obras de implantação da mão inglesa. O custo é de R$ 70 mil. “Luciano Rezende, quando era vereador, era o representante político da comunidade. Ele discutia as demandas dos moradores. Então, estou me sentindo traída pelo prefeito. Foi a maior decepção política da minha vida”, diz Marilza.
A Associação de Moradores e Proprietários da Ilha do Boi (Ampib) elaborou um projeto alternativo, apresentado em dezembro à PMV, mas que ainda não obteve resposta. O projeto da PMV seria apresentado à comunidade em reunião nessa quarta-feira (25), mas foi adiada a pedido dos moradores. Uma nova reunião será agendada.
Os moradores reivindicam a discussão de mudanças na saída da Ilha do Boi, hoje apontado como o principal problema de trânsito da região. Os moradores não aceitam mudanças na entrada do bairro, como indica a proposta oficial. “Imagine o Natal ou o Dia das Mães. Aquilo ali vai virar um inferno”, prevê a moradora.