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Memória de Padre Gabriel será celebrada nesta quinta-feira

Celebração, que seria em dezembro mas foi adiada por causa das chuvas, será em Cobi

Assassinado há 35 anos, Padre Gabriel Felix Roger Maire será rememorado nesta quinta-feira (23), às 19h, em Cobi, Vila Velha, onde seu corpo foi encontrado e hoje se encontra a Praça dos Mártires. A celebração da memória de Gaby, como era carinhosamente conhecido, e de outros mártires, será exatamente um mês depois da data do crime que vitimou fatalmente o sacerdote, ocorrido em 23 de dezembro de 1989, já que teve que ser adiada devido às fortes chuvas de dezembro.

Ecos de Gaby

Padre Gabriel foi assassinado no areal de Vale Encantado, em Vila Velha. Seu corpo foi deixado na Avenida Carlos Lindemberg, em Cobilândia, no mesmo município, para se criar uma narrativa de que ali ele foi interceptado em seu famoso fusquinha, sendo vítima de latrocínio. O crime, de quase quatro décadas, pode até ter sido esquecido pela Justiça, que não o apurou como deveria e o prescreveu, mas não por quem conheceu Padre Gabriel e, até mesmo, por quem não o conheceu, mas ouviu suas histórias e passou a admirá-lo.

Quem organiza a celebração é o grupo Ecos de Gaby, que ao longo dessa trajetória de 35 anos tem feito diversas atividades para preservação da memória do sacerdote, como a própria ação celebrativa desta quinta, que acontece anualmente, e a publicação de livros, como Prefiro morrer pela vida do que viver pela morte, com depoimentos de pessoas que conviveram com Padre Gabriel, e Ecos de Vitória, no qual foram publicadas as cartas que o sacerdote escrevia para amigos e familiares da França, fazendo uma análise da conjuntura econômica, política, social e eclesial de Cariacica, do Espírito Santo e do Brasil.

Padre Gabriel chegou ao Brasil em 1980. Sua atuação no Espírito Santo, principalmente no município de Cariacica, foi marcada pela intensa participação nas Comunidades Eclesiais de Base (Cebs) da Igreja Católica. Gabriel incentivava a organização popular, sendo um dos impulsionadores da criação de movimentos de mulheres, culminando na atual Associação de Mulheres de Cariacica Buscando Libertação (Amucabuli). Foi essencial nos movimentos de moradia e em meio aos grupos de juventude, como a Juventude Operária Católica (JOC).

Ainda sobre a classe trabalhadora, atuou na Pastoral Operária, onde coordenou um jornal chamado Ferramenta, feito por operários para operários, que buscava informar os trabalhadores sobre questões como as lutas populares no Espírito Santo, no Brasil e, em menor escala, no mundo, além de ter como outro objetivo a educação para a cidadania.

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