Trabalhadores que operam o Transcol acreditam que contratação é para dispensar grevistas, parados há quatro dias
Trabalhadores da Viação Metropolitana, que opera linhas do Transcol, afirmam que a empresa abriu seleção para contratação de novos motoristas, mesmo não tendo quitado a dívida correspondente ao atraso salarial de um mês, o que os levou a paralisar as atividades na última quinta-feira (20). A categoria acredita que a contratação é para, em breve, dispensar os grevistas, como aponta o diretor do Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Rodoviário do Espírito Santo (Sindirodoviários), Antônio Carlos Lemos, o Carlão.
A Metropolitana alega que a contratação é para garantir o que foi decidido por meio de uma liminar expedida nesse sábado (22) pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT-ES), que obriga a circulação de pelo menos 60% da frota da operadora, por ser o transporte público uma atividade essencial, porcentagem não está sendo garantida pelos trabalhadores.
Segundo Carlão, a liminar estabelece a circulação de 60% da frota em horário de pico e de 40% fora desse período. Entretanto, relata, os trabalhadores não têm respeitado a determinação judicial, pelo fato de não haver nenhuma proposta por parte da empresa de pagamento do salário de agosto. Na manhã desta segunda-feira (24), os rodoviários impediram que ônibus da Viação Praia Sol, que também opera linhas do Transcol, saíssem da garagem, como forma de pressionar a Metropolitana a negociar.
“O sindicato teve que intervir”, informa Carlão, reforçando que a greve não é uma iniciativa do Sindirodoviários, sendo iniciada pelos trabalhadores diante da insatisfação com o atraso salarial, mas a entidade está auxiliando, inclusive, buscando abertura de diálogo por parte da empresa.
O diretor do Sindirodoviários, Miguel Leite, afirma que a Metropolitana argumenta que o salário está atrasado devido à pandemia da Covid-19, que causou a redução no número de passageiros e desestabilizou a empresa financeiramente.
No mesmo dia em que os trabalhadores da Metropolitana começaram a greve, os da Viação Tabuazeiro, que opera em Vitória, também fizeram o mesmo. As queixas dos rodoviários que trabalham na Capital eram de que a Tabuazeiro não havia pago a segunda parte do salário de agosto nem o tíquete, dando aos trabalhadores o mesmo argumento da Metropolitana para os atrasos. Entretanto, eles retornaram às atividades no mesmo dia, ao aceitarem a proposta feita pela empresa de pagar o salário e o tíquete alimentação atrasados no dia 30 de agosto.