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Milton Simonetti, educador popular, morre de Covid-19

Milton teve destacada atuação principalmente em movimentos ligados à Igreja Católica do Estado

Na noite desse domingo (11), a Covid-19 levou mais um militante histórico dos movimentos sociais capixabas. Faleceu aos 67 anos o engenheiro elétrico Milton Simonetti, que em sua trajetória teve destacada atuação na educação popular. “Foi um ser que viveu intensamente lutando por uma sociedade justa e fraterna, sempre contando com a base da sociedade, com os que mais sofrem”, diz Dante Pola, integrante do Coletivo de Estudos da Conjuntura, do qual Milton também fazia parte.

Foto: Reprodução

Dante Pola pode, de fato, falar com propriedade sobre a trajetória do colega de militância. Afinal, os dois conviviam desde 1969, quando cursaram Engenharia Elétrica na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). De lá pra cá, atuaram juntos em várias iniciativas de cunho social, entre elas o Centro de Educação e Comunicação Popular Dom João Batista, do qual Milton foi um dos fundadores. “Ele dedicou sua vida à educação popular. A estrela-guia dele foi essa. Acreditava que qualquer mudança vinha de baixo, do povo, que a pobreza não é natural, que a fome não é natural”, recorda Dante.

O ex-deputado estadual e membro do Coletivo de Estudos da Conjuntura, Cláudio Vereza (PT), destaca, ainda, que atualmente Milton se fazia presente também na Campanha Permanente Contra a Fome e pela Inclusão Social, da Arquidiocese de Vitória, além de ter atuado em espaços como a Cáritas Arquidiocesana de Vitória e no apoio às famílias que se organizavam nas ocupações da região da grande São Pedro, em Vitória. Além disso, atuou junto com Frei Betto no Instituto Sedes Sapientiae, em São Paulo.

“Nosso querido amigo Milton Simonetti deixou um rastro de luz, nos convidando a dar continuidade aos seus sonhos e projetos. Viveu em sua radicalidade o seguimento de Jesus. Simples e desprendido, Milton dividia os seus bens com alegria, colocou os seus dons e talentos a serviço, fez a diferença em todos os espaços que ocupou. Ético, coerente, amoroso, com grande capacidade de acolher, de ouvir, de dialogar, abraço largo e apertado, dedicou sua vida à construção de um mundo mais justo, mais humano e mais igualitário”, exaltou Vereza.
O sepultamento de Milton Simonetti será nesta segunda-feira (12), às 16h, no cemitério de Santo Antônio, em Vitória, mas será restrito aos familiares.

Mariana Zuccarello

Com bem menos tempo de atuação nos movimentos sociais capixabas do que Milton Simonetti, mas ainda assim com uma trajetória de relevante contribuição, morreu nessa sábado (10), também de Covid-19, aos 31 anos, a advogada Mariana Zuccarello, o que gerou comoção nas redes sociais. A jovem atuava no Centro de Defesa dos Direitos Humanos da Serra (CDDH) e era integrante da Igreja Presbiteriana Unida do Brasil.
Foto: Redes sociais

Em suas redes sociais, o CDDH da Serra destacou a simplicidade, o apego da advogada à família e seu amor pela música. O Vicariato para Ação Social Política e Ecumênica da Arquidiocese de Vitória agradeceu a Deus pelo tempo que “nos agraciou com o dom da vida de Mariana Zuccarello”, destacando que alguns dos espaços nos quais ela se fez presente foram as comissões e liturgias da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos e do Dia Mundial de Oração.

Em 13 de março, outra vítima de Covid-19 foi o pastor da Igreja Metodista Adahyr Cruz, militante dos Direitos Humanos. Ele faleceu no Rio Grande do Sul, onde morava. O pastor foi presidente do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Espírito Santo (Conic), membro do Conselho Estadual de Direitos Humanos e um dos fundadores do Fórum Reage Espírito Santo, composto por diversas entidades que se uniram no combate ao crime organizado.

Foto: Redes sociais

Marta Falqueto, integrante do CDDH da Serra, onde Adahyr também atuou, destacou, na ocasião do falecimento do militante, a atuação do pastor na luta contra a corrupção e contra o extermínio da juventude negra. “Sempre nos alimentava na esperança e pedia para que a gente não desistisse. Era destemido e não tinha medo de enfrentar os tubarões, não media esforços para denunciar quem violasse os direitos humanos”, afirmou.

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