Os prefeitos eleitos de Vitória, Vila Velha, Serra e Cariacica, os quatro principais municípios da Região Metropolitana da Grande Vitória, terão que enfrentar nos próximos quatro anos o desafio de implantar uma agenda metropolitana para discutir a questão da mobilidade. Há anos, os governos se atropelam em soluções isoladas, ou mesmo nem as discutem, para resolver um problema que é conjunto: a região metropolitana é uma coisa só.
A expansão planejada da região deve ser discutida no âmbito do Conselho Metropolitano de Desenvolvimento da Grande Vitória, instituído em 2005 dentro do Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN) e formado por representantes do governo estadual, dos setes municípios da Grande Vitória e da sociedade civil para apoiar ações integradas da região metropolitana.
A construção de pontes, túneis e rodovias para sanar os males da mobilidade não são mais suficientes. Costumam nascer com data de validade vencida. Por outro lado, o governo Paulo Hartung cancelou projetos de dimensão metropolitana como o Sistema Aquaviário e o BRT (vias exclusivas para ônibus na Grande Vitória), que poderiam redefinir o modelo de mobilidade da região.
Em declarações à imprensa, o prefeito reeleito de Vitória, Luciano Rezende (PPS), em processo de alinhamento com o governo estadual, acena para a possibilidade de integrar ações com o sistema de transporte público metropolitano. Não diz como. Mas seu programa de governo sugere a integração entre os sistemas municipal e metropolitano. Mas a recente licitação do Sistema Transcol não previu integração entre esses sistemas.
Também promete retomar o projeto de sacrificar a Praça do Cauê (ou Praça do Ciclista, em Santa Helena). É insistir no erro das ações isoladas: especialistas estão cansados de explicar que cortar a praça é deixar retilíneo o engarrafamento que hoje é curvilíneo em direção à Terceira Ponte.
O prefeito eleito de Vila Velha, Max Filho (PSDB), também acena para a importância de discutir uma agenda metropolitana para certos temas, como a mobilidade. Mas também não esclarece como. No entanto, em comparação com os anos anteriores, o fato de manifestarem disposição para a discussão da mobilidade em âmbito metropolitano é um singelo avanço.