Moradores de Aracruz reclamam dos altos preços das tarifas e da baixa qualidade do transporte público oferecido à população. De acordo com o presidente da ONG Barra do Riacho, Herval Nogueira, os passageiros são obrigados a conviver com ônibus em péssimo estado de conservação, inclusive pondo em risco a vida dos usuários.
“ O que vemos nas ruas diariamente são os ônibus com a roda solta e o eixo no chão. Isso sem falar dos acidentes, que são frequentes”, disse Jean Pedrini, membro diretor da Associação das Empresas de turismo de Aracruz (Aeta). Na última quarta-feira (21), ele embarcou em um ônibus da linha Santa Cruz via Fábrica e foi surpreendido pelo motorista ao telefone afirmando que não iria aumentar a velocidade porque o ônibus estava sem freio. “Deu pra entender que do outro lado da linha alguém insistia para que mesmo assim o motorista apressasse a viagem. O motorista, porém, disse que não iria correr. Todos que estavam nos primeiros assentos puderam ouvir”, ressaltou Jean, indignado com a situação.
De acordo com Herval Nogueira, para percorrer apenas 25 km, que é o trecho entre a Barra do Riacho a Aracruz, o usuário desembolsa R$ 4,30. “Há ainda situações onde a distância é ainda menor e o valor é maior”, criticou.
No ano passado, segundo Nogueira, o reajuste de 6,31% no valor da passagem foi freado após manifestações populares. Na ocasião, os manifestantes fecharam as ruas e o acesso dos ônibus às localidades da orla.
Este ano, porém, o debate vem ocorrendo sem a participação popular. Herval Nogueira disse que mesmo com o preço alto e o descaso com a prestação de serviço o poder público vem se articulando para aprovar o reajuste.
“O município não possui um Plano Municipal para o transporte público. Existe apenas um Conselho de Transporte Coletivo, que não funciona de forma paritária”, denúncia Herval..
Ele disse que o reajuste da passagem deve ser facilmente aprovado no Conselho de Transporte Coletivo, visto que o mesmo é formado por taxistas – que não circulam pelo município de ônibus – e por empregados da empresa prestadora do serviço. A alternativa, segundo ele, é apelar para que o prefeito mantenha o último veto sobre o aumento da passagem. “Se a população não for ouvida, voltará às ruas”, avisa.