Os moradores apontam que não há contrapartida da empresa que atua na linha férrea que corta diversos bairros. Segundo Jonathan Silva, amigo da família do menino, os trens passam muito próximos às residências e não há sinalização suficiente.
A Ferrovia Centro-Atlântica, uma empresa privada do grupo Vale, é controlada pela Valor da Logística Integrada (VLI), que, segundo Jonathan, prometeu suporte depois do acidente, mas ele conta que até o momento nada foi feito. O morador da região diz, inclusive, que tem tirado dinheiro do próprio bolso para ajudar a família do menino com transporte – principalmente de amigos e familiares para doação de sangue – e outras despesas.
O morador conta que a ferrovia passa perto das casas, em uma região populacionalmente adensada, com a presença de escolas e creches, e com falta de áreas de lazer. Automóveis, vans escolares, caminhões e ônibus circulam pela linha férrea e não são raros casos de acidentes e batidas.
Segundo Jonathan, como o trem passa em baixa velocidade pela região de Cobi de Baixo, as crianças brincam pulando os vagões e foi assim que ocorreu o acidente com o menino, que chegou a ficar em coma induzido por quatro dias para que se avaliasse a situação da perna, o que não evitou a amputação. O amigo da família relata que o menino, quando acordou do com a induzido, se desesperou pela ausência da perna.
O amigo da família aponta que a empresa vem alegando que fez campanhas sobre os riscos de tráfego na linha férrea e os riscos de brincar nos vagões, mas ele relata que a comunidade dos bairros não viu nenhuma dessas campanhas e, por isso, se revolta.
Ele ressalta que falta semáforo e cancela no cruzamento dos trilhos, já que só há placas de “Pare” em cada um dos lados do cruzamento em uma pista de tráfego pesado. Jonathan aponta que em Porto de Santana, em Cariacica, há uma cancela, que é reivindicação dos moradores de Vila Velha.