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​Moradores denunciam descaso da Prefeitura de Vitória com animais de rua

Animais de rua proliferam no Centro de Vitória, muitos deles doentes, mas não há assistência da gestão municipal

Moradores do Centro de Vitória denunciam que o número de animais de rua tem aumentado e muitos deles estão doentes. A situação se torna pior por não haver, da parte da gestão de Lorenzo Pazolini (Republicanos), ações eficientes de castração, atendimento veterinário e encaminhamento para abrigos, como apontam. A situação tem causado preocupação diante da necessidade de zelar pela vida dos animais e dos próprios moradores, já que algumas doenças podem contaminar também seres humanos.

Arquivo Pessoal

A aposentada Marciléa Leandro enfatiza que a falta de assistência não é somente no Centro, mas em várias regiões da cidade, e que embora os moradores entrem em contato com a Prefeitura de Vitória informando que há animais doentes ou machucados, em casos como os de atropelamento, a gestão municipal não tem dado a devida atenção. Ela recorda uma dessas situações, na qual foi encontrado um cachorro caramelo na rua Wilson Freitas, Centro de Vitória, que estava com feridas das quais já estavam saindo larvas, pois, provavelmente, uma mosca posou ali.

Marciléa relata que a gestão municipal afirmou que foi ao local, mas não encontrou o animal, entretanto, os moradores foram averiguar e ele ainda estava ali, pois não tinha condições de andar muito. A saída, afirma, foi os próprios moradores resgatarem e custearem o tratamento, que até o momento soma a quantia de R$ 5 mil. “A prefeitura está onerando a população”, reclama Marciléa, que teme pela saúde das pessoas, uma vez que nem ao menos os casos de suspeita de esporotricose, doença que pode atingir os humanos, têm tido a atenção devida.

Arquivo Pessoal

Uma das preocupações da aposentada é com os trabalhadores da limpeza urbana, uma vez que animais adoecem nas ruas, são jogados no lixo e, ao manuseá-lo, essas pessoas podem contrair doenças e passar para pessoas com quem têm contato.

Marciléa aponta ainda a precarização do serviço de zoonoses, “que nem raio-x tem”, e que a gestão deveria colocar em prática o Decreto nº 21.311/2022, publicado no Diário Oficial de quatro de outubro, que institui o Programa Pata Vix, de acolhimento e tratamento de animais domésticos e/ou domesticados em situação de risco ou vítimas de maus-tratos, “visando o bem estar animal e a melhoria da qualidade de vida dos animais no Município de Vitória”. 

Arquivo Pessoal

Diz ainda que o serviço de castração, além de não atender a demanda, é burocrático e caro, uma vez que, embora feito com auxílio da PMV, é preciso comprar itens como roupa cirúrgica e cone, além de arcar com a despesa de transporte do animal até a clínica, o que não é possível principalmente para moradores das comunidades periféricas, onde os animais acabam se reproduzindo ainda mais.

A Associação de Moradores do Centro (Amacentro) chegou a agendar uma reunião com o secretário municipal de Meio Ambiente, Tarcísio Foeger, para tratar sobre o assunto. O encontro seria em 11 de outubro, mas como houve o episódio da queima de seis ônibus na Grande Vitória, cinco deles na Capital, o gestor desmarcou e uma nova data não foi marcada.

A entidade, em suas redes sociais, afirma que a PMV tem dado “descaso criminoso” aos animais em situação de rua no Centro de Vitória e região. “O que falta para que a Prefeitura de Vitória crie uma política pública que atenda a imensa demanda que se tem de animais de rua? Esses animais precisam de atendimento clínico, abrigo e adoção por meio de campanhas. A Prefeitura precisa assumir a sua responsabilidade perante a lei e agir em conformidade com a ética e o respeito a estes seres vivos que se encontram vulneráveis e em sofrimento pelas ruas do Cento da cidade e entornos”, diz a Associação.
Amacentro

A Amacentro recorda que denunciou a necessidade de assistência aos gatos que habitavam o Mercado da Capixaba, no Centro de Vitória, mas não obteve êxito. Isso foi em junho último, quando, embora tenha se comprometido a encaminhar veterinário para o local com o objetivo de fazer triagem dos cerca de 25 animais que se encontravam no prédio abandonado, a gestão de Lorenzo Pazolini não cumpriu o que foi acordado com a Amacentro. 

Uma equipe da prefeitura compareceu ao local para fazer limpeza munida de carro-pipa e outras máquinas, espantando os animais do imóvel. O acordado com associação era de que a Secretaria de Meio Ambiente levaria um veterinário para o mercado. O profissional faria uma triagem, identificando quais estavam doentes ou não. Os que não estivessem seriam encaminhados para um lar temporário, de acordo com a disponibilidade de voluntários, teria a castração garantida pela gestão municipal e, posteriormente, encaminhados para adoção.

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