A proposta de um Projeto Popular e Comunitário de Gestão do Mercado da Capixaba será apresentada nesta quarta-feira (12), às 19h, na sede da Escola Técnica Municipal de Teatro, Dança e Música (Fafi) na Praça Ubaldo Ramalhete, no Centro de Vitória. Com isso, moradores do Centro e cidadãos de Vitória buscam apresentar propostas para um modelo de gestão participativo sobre o mercado, que é um edifício histórico prestes a ser restaurado.
Diante de solicitações da Associação de Moradores do Centro de Vitória (Amacentro) e outras entidades, a prefeitura apresentou alguns detalhes sobre as obras, mas não esboçou até agora uma proposta para a gestão do prédio público, sinalizando apenas que a locação dos espaços de comércio seria feito por um edital único, a exemplo do que tem feito nos quiosques das praias do município, no qual apenas uma empresa detém a administração de todos locais e os subloca a terceiros.
Esse modelo não atende aos anseios dos moradores articulados em torno da Amacentro. Uma das preocupações centrais é que o edifício reformado, junto ao fechamento de uma de suas ruas laterais para se tornar uma calçada para ser ocupada pelos clientes dos estabelecimentos, acabe se tornando um espaço que não dialogue com as demandas do bairro e da cidade em geral.
Lino Feletti, presidente da Amacentro, diz que até agora a prefeitura não consultou os moradores e entidades sobre o que querem para o espaço nem compareceu aos debates e audiências públicas puxadas pelos moradores sobre o tema. “Depois de muita insistência, a prefeitura apresentou o projeto de restauração. Não temos nada contra, entendemos que há questões técnicas e alguns pontos para tratar sobre a restauração. Mas para restaurar é preciso primeiramente saber qual o uso será feito do espaço, para então seguir com as reformas e instalação elétricas, hidráulicas e o que mais for necessário”, disse Lino.
Numa das audiências públicas realizadas no ano passado sobre o Mercado da Capixaba, os moradores definiram uma comissão para trabalhar no sentido da construção de um plano popular para o mercado, realizando cerca de 10 reuniões contando com assessoria técnica e especialistas, até culminar em propostas básicas para serem discutidas nesta quarta-feira. “É um bem público importante e queremos que funcione bem e atenda aos anseios do bairro e, principalmente, da sociedade de Vitória”, considera o líder comunitário.
Ao realizar um plano popular e comunitário de forma independente, a associação de moradores e demais entidades parceiras buscam fortalecer o debate e conhecimento sobre o Mercado da Capixaba entre os habitantes da cidade. Mas Lino Feletti considera que a proposta não é fazer algo sozinha, mas sim discutir com o poder público para que o espaço tenha um projeto sustentável e de longa duração, dialogando com a identidade e anseios do entorno em que está inserido. “A Amacentro faz questão de participar da gestão, de um conselho gestor, para contribuir, ajudar a fazer com que a comunidade se relacione com esse espaço que está para ser criado”.