O Ministério Público retoma nesta quarta-feira (7) a discussão com moradores do Morro de Boa Vista, em Vila Velha, e representantes da prefeitura municipal, sobre medidas em benefício das famílias cujas casas foram atingidas pelo deslizamento de uma rocha gigante, em janeiro. As famílias têm dúvidas com relação ao pagamento de indenização e inclusão em programas de habitação social. As reuniões foram suspensas em função do período eleitoral. A última ocorreu em agosto.
“A verdade é que vai fazer um ano e só encostaram a gente no Aluguel Social. É isso”, resume Eduardo Amorim, que hoje mora no bairro Jaburuna com a mulher e as duas filhas. Segundo Eduardo, cerca de 20 famílias vivem essa indefinição e as famílias não querem ficar acomodadas no aluguel social, que é de R$ 550. “Não podemos ficar acomodados”, diz.
Segundo Eduardo, que estará presente na reunião desta quarta, a grande dúvida é: para onde vão os moradores? “E, se tem casa em Jabaeté, tem casa em Normília da Cunha, será que os moradores vão querer ir para lá?”, questiona. Por outro lado, o valor das indenizações ainda não foi definido. A residência de Eduardo, ele diz, apresenta sérias avarias.
A troca da administração municipal também causa receio entre os moradores. Eles temem que o processo de mudança de gestão na prefeitura imprima mais demora à resolução dos problemas. A partir de 1° de janeiro, o deputado federal Max Filho (PSDB) é o novo prefeito de Vila Velha.
Região com graves problemas de infraestrutura urbana, o Morro da Boa Vista foi atingido em 1° de janeiro pelo deslizamento de uma rocha de três mil toneladas e fragmentos de peso não menos impressionantes. Cerca de mil pessoas tiveram que abandonar suas residências. Para quem visitou o local, a sensação é de que só a sorte explica a ausência de vítimas. A prefeitura concluiu em junho as obras de contenção de rochas no morro.
