Nesta quarta, ponte Joaquim Calmon, em Linhares, foi fechada. Motoristas querem reunião com Casagrande
Motoristas de aplicativos afirmam que, ainda nesta quarta-feira (24), farão uma manifestação em São Mateus, norte do Estado, a partir das 15h, contra o aumento do preço dos combustíveis. Nesta manhã, às 4h, eles fecharam a ponte Joaquim Calmon, em Linhares, também no norte. Os trabalhadores querem uma reunião com o governador Renato Casagrande, para tratar do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS).
Uma das lideranças do movimento, Arthur Benaya, diz que a principal reivindicação do grupo é para que a gestão de Renato Casagrande zere o ICMS, que incide sobre os serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação (ICMS), pois acreditam que isso tornará o combustível mais acessível.
Arthur afirma que os motoristas, por causa do valor elevado do combustível, estão pagando para trabalhar. “A corrida mínima do 99 [aplicativo 99 Pop], por exemplo, é R$ 5,50. Quando a gente faz uma corrida dessa, ganha o suficiente para colocar um litro de gasolina e fica sem nada”, diz.
O Sindicato dos Petroleiros do Espírito Santo (Sindipetro-ES) afirma que zerar o ICMS ajuda, mas não é esse o fator principal. O diretor da entidade, Valnísio Hoffmann, afirma que a entidade apoia o movimento pelo preço justo, mas destaca que o ICMS não é o responsável exclusivo pela elevação dos preços, pois em 2016 o imposto era no valor atual e a gasolina custava R$ 2,69. O fator principal, diz Hoffmann, é a política de preços atrelada ao dólar, fazendo com que o produto seja vendido pelo preço que as importadoras exigem.
“Na hipótese de zerar o ICMS, e se as empresas exigirem o aumento do combustível para R$ 10,00, o consumidor terá que pagar R$ 8,10. Continua caro”, exemplifica.
Os motoristas de aplicativo e o Sindipetro estão promovendo ações conjuntas pelo preço justo do combustível. Está prevista para a próxima segunda-feira (1) uma carreata em São Mateus, com concentração a partir das 9h, na Base 61, que é o prédio da Petrobras.
A manifestação que os motoristas fizeram nesta quarta-feira contra o preço dos combustíveis não foi a primeira. Na sexta-feira (19), eles fecharam a BR 101, em frente à Petrobras, em São Mateus. No sábado (20), retornaram à cidade, onde fecharam a ponte que dá acesso ao bairro Litorâneo. Também fecharam a ponte Joaquim Calmon, em Linhares. O objetivo é expandir o movimento para outros municípios capixabas.