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Mutirão vai cadastrar casas de religião de matriz africana em Vila Velha

Ação nesta sexta-feira faz parte do projeto Sagrada Ancestralidade e resultará em catálogo 

Nesta sexta-feira (22), será realizado um mutirão para cadastro de casas de religiões de matriz africana em Vila Velha. A iniciativa faz parte do Projeto Sagrada Ancestralidade, realizado pelo Museu Vivo Barra do Jucu, e resultará na publicação de um catálogo nos formatos físico e virtual. 

Para se cadastrar, as casas de Umbanda e Candomblé devem se dirigir ao Centro de Convivência do Idoso (CCI), das 8h às 19h, na Rua dos Artistas, localizada no Parque Urbano de Cocal. É preciso levar o comprovante de endereço da casa e, se houver, o certificado de fundação e Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica. 

As ações de cadastro não se resumem ao mutirão. Em julho último, foram realizadas capacitações com 20 pessoas indicadas pelas casas para que pudessem dar início ao cadastramento em agosto. O coordenador do projeto e diretor do Museu Vivo Barra do Jucu, Sebaba, afirma que o último mês foi de muitas festividades nas casas, como as de Omolu e Xangô, o que dificultou um pouco a atividade. Além disso, se aproxima uma outra festividade, que é de Cosme e Damião, ainda este mês, por isso, o mutirão foi idealizado.
Divulgação

Sebaba acredita que não haverá necessidade de um segundo mutirão, mas não descarta a realização de outro. A ideia, acredita o coordenador do projeto, possibilitará dar visibilidade não somente às casas, mas também às necessidades das pessoas que as frequentam. 

A parceria com o Fórum Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional dos Povos Tradicionais de Matriz Africana (Fonsan Potma), por exemplo, irá possibilitar uma conexão das casas com programas de segurança alimentar e nutricional, e que elas deem continuidade a ações sociais, como doação de alimentos. 

O município de Cariacica, por meio da Gerência de Igualdade Racial, fez um trabalho semelhante. Um mapeamento constatou que a cidade conta com, pelo menos, 10,9 mil pessoas pertencentes a alguma comunidade tradicional. Os dados, que consideram ciganos, povos de matrizes africanas, pescadores e marisqueiros, são resultado de um mapeamento realizado por mais de um ano na cidade.

O estudo, pioneiro no Espírito Santo, descortina a ausência de políticas públicas nas comunidades e pode nortear ações governamentais que amenizem o contexto de marginalização e apagamento dessas culturas em território capixaba. O “Mapeamento dos Povos e Comunidades Tradicionais do Município de Cariacica” foi um trabalho colaborativo, que envolveu pesquisadores do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros da Universidade Federal do Espírito Santo (Neab-Ufes), representantes de movimentos sociais e lideranças do município.
“O interesse de mapear essas comunidades nasceu a partir, primeiramente, do desejo dos próprios membros tradicionais do município em sair do ostracismo, mediante a visibilização de suas tradições e o reconhecimento de sua cultura ancestral como um dos componentes no processo de constituição da sociedade cariaciquense atual”, explicou o pesquisador e mestre em Ciências Políticas Iljorvanio Silva Ribeiro, um dos responsáveis pela parte técnica da pesquisa. O estudo foi realizado de 23 de janeiro de 2020 a 26 de março de 2021.


Vila Velha vai mapear casas de religiões de matriz africana

Manoel Goes Neto, subsecretário de Cultura, explica que mapeamento possibilitará formulação de políticas públicas


https://www.seculodiario.com.br/cidades/vila-velha-ira-fazer-mapeamento-de-casas-de-religioes-de-matriz-africana

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