Fotos: Divulgação
Nesta sexta-feira (27) e sábado (28) acontece na Barra do Jucu o III Seminário do Museu Vivo, um iniciativa que já tem quatro anos de atuação na valorização e fortalecimento da cultura e tradições locais. O tema do evento, realizado no auditório da Escola Tufy Nader, será museologia social e economia criativa.
Com abertura às 19h de sexta-feira, haverá apresentações culturais e também uma palestra com o professor João Bispo, coordenador do primeiro Ponto de Memória do Espírito Santo, no bairro São Pedro, em Vitória.
“O Museu Vivo não trata só de coisas antigas, mas vive no cotidiano da comunidade. Traz as tradições e costumes para o dia a dia de hoje, para fortalecer essas atividades buscando valorização e crescimento da cultural, da cidadania e da economia criativa”, indica Ricardo Vereza, coordenador do Museu Vivo.
A iniciativa surgiu após a mobilização comunitária em torno do evento Culturada Viral, quando preocupados com o aumento da violência, a economia em crise com o fechamento de estabelecimentos comerciais no bairro, moradores resolveram apostar num movimento cultural para valorizar a região e melhorar a relação e auto-estima dos moradores. Da necessidade de ter um trabalho contínuo veio a criação do Museu Vivo, num prédio público que havia sido a antiga unidade de saúde, mas se encontrava abandonado e foi revitalizado.
A gestão do espaço é comunitária, por meio de uma Associação de Amigos do Museu Vivo, contando com uma coordenação e em breve um conselho consultivo. Atualmente o local mantém três oficinas: de musicalização, de bordados e de fabricação de bolsas. A primeira se conecta com a proposta de criar uma fanfarra para animar as festividades da Barra do Jucu. As outras duas buscam fortalecer a geração de renda e a feira Arte na Barra, que acontece mensalmente no bairro com expositores locais.
Algumas das iniciativas realizadas a partir do Museu Vivo anos atrás ainda perduram. Um dos destaques foi a realização de oficina de renda de bilro, reunindo as rendeiras mais antigas para ensinar sua arte e tradição, que hoje se transformou num projeto maior em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). Outra ação marcante foi a construção da Galeria Livre, com a pintura artística em diversos muros no corredor que liga a Praia do Barrão à praça principal da Barra do Jucu, no qual se encontra a sede do museu.
Mesmo em momentos em que não possui projetos apoiados por editais de fomento à cultura, o local segue realizando pequenos eventos para tentar levantar recursos para seguir as atividades. A chamada economia criativa é um ramo que traz oportunidades para geração de renda e será tema da palestra de sábado feita pelo subsecretário de Cultura de Vila Velha, Eliomar Mazoco, além de um relato de experiências de economia criativa desenvolvidos nos bairros de São Pedro e Jesus de Nazareth, em Vitória.
A ocasião do III Seminário também será para prestação de contas à comunidade sobre as atividades realizadas e apresentação do plano de ações até 2020, além da realização de homenagens a importantes atores culturais da Barra: Paulo de Paula nas artes cênicas, Kléber Galvêas nas artes plásticas, Dona Rosinha das rendas de bilro e Dona Dorinha e Dona Ester do congo. Haverá também apresentação de banda de congo e do Coletivo Nísia, grupo de mulheres poetisas da região.
AGENDA CULTURAL
III Seminário do Musei Vivo da Barra do Jucu
Quando: Na sexta-feira (27): credenciamento 18h, atividades de 19h às 22h. No sábado (28), de 8h às 13h
Onde: Auditório da Escola Tuffy Nader, na Barra do Jucu – Vila Velha/ES.