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Não é por 0,20′ volta às ruas na sexta com pauta ampliada

O movimento “Não é por 0,20 centavos” confirmou que sairá às ruas de Vitória na próxima sexta-feira (28). A mobilização para protesto via redes sociais começou nesta terça-feira (25) e já conta com 2,5 mil confirmações. O foco do movimento é a democratização da mídia, mas a pauta traz um rosário de reivindicações, que vai da mobilidade urbana à corrupção. 
 
As manifestantes elegeram como destino a sede da Rede Gazeta. A Prefeitura de Vitória, porém, também está no roteiro da marcha. Até às 19 horas desta terça (25), cerca de 3,5 mil pessoas já haviam confirmado presença no protesto.
 
O “Não é por 0,20”, por meio de nota publicada em seu perfil no Facebook, afirma que a mídia local é conhecida por criminalizar os movimentos sociais, desqualificando importantes lutas, como o aumento das tarifas dos transportes públicos; a reforma agrária; e as péssimas condições da educação e saúde. 
 
Eles denunciaram que há um conluio entre a mídia empresarial privada, as empresas de ônibus, o governo do Estado e os prefeitos. Eles alegam que as empresas de comunicação recebem publicidade em troca de coberturas direcionadas.
 
Segundo a nota, foi por esse viés que a mídia local tem, por exemplo, repercutido conflitos sobre as tarifas do transporte público, em 2011, e a ocupação de terras envolvendo índios, quilombolas e a ex-Aracruz Celulose (Fibria), no norte do Estado.
 
“A mídia privada brasileira, em geral, e a Rede Gazeta e A tribuna no ES vêm historicamente criminalizando a organização política da população, passeatas e protestos. Seja por reforma agrária, redução do preço da passagem, aumento salarial de professores e outros trabalhadores, lutas de melhoria por saúde e educação etc”, afirma mais um trecho do comunicado. 
 
Para o movimento, os jornais também deixaram de fora de sua cobertura a investigação sobre o apartamento superfaturado de [ex-governador] Paulo Hartung, doado por empreiteiras, os desdobramentos das operações Naufrágio e Derrama, a falta de transparência na Ceturb, as falcatruas nas licitações do Transcol, o verdadeiro preço de custo do valor da passagem, entre outros temas polêmicos no Estado. 
 
“Associadas [as empresas de comunicação] ao que há de mais conservador em nosso Estado, os políticos que aparecem em suas colunas sociais são os mesmos que vão para as páginas policiais. 
 
Eles questionaram também o porquê “a investigação da Vale sobre os movimentos sociais e os grampos efetuados pelo ex-secretário de Segurança e atual prefeito de Vila Velha, Rodney Miranda” nunca foram divulgados e nem tampouco questionaram o vínculo dos políticos eleitos com ajuda do patrocínio de grandes empresas ligadas à ONG ES em Ação, que atua como representante da sociedade civil organizada nos debates relativos ao futuro do Espírito Santo. 
 
Eles questionam ainda por que A Gazeta e A Tribuna nunca questionaram os incentivos fiscais concedidos às grandes empresas do Estado, que tiravam dinheiro da saúde e educação.
 
Na ampla pauta eles incluem ainda as denúncias de trabalho escravo na fazenda do deputado federal Camilo Cola (PMDB) e o suposto envolvimento do empresário na morte do jornalista José Roberto Jeveaux na ditadura militar. 
 
Há espaço ainda para o pedágio da Terceira Ponte; os futuros pedágios da BR 101, que está sendo privatizada; os impactos ambientais dos grandes empreendimentos; entre outras demandas. 
 
O ato desta sexta-feira (28), ressaltou o grupo, também é em repúdio aos vândalos que depredam o Espírito Santo há anos. 
 
Já no sábado (29), será realizada uma assembléia aberta, às 14h, na Ufes (próximo ao Cine Metrópolis) para fazer um balanço do protesto, discutir o andamento das pautas do movimento e marcar o próximo ato.

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