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‘Não é por 20’ frustra evento da elite empresarial capixaba

O chamado sétimo grande ato do movimento “Não é por 20, é por direitos ES” teve um roteiro diferente na noite desta quinta-feira (8). Após se concentrar na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), como do costume, o grupo saiu em marcha, por volta das 19 horas, em direção ao bairro de Santa Lúcia, em Vitória, onde fica o Itamaraty Hall. 
 
 
Cerca de 200 manifestantes, segundo a PM, se concentraram nas ruas de acesso do cerimonial, palco da entrega do Prêmio Líder Empresarial 2013. O evento dirigido a elite capixaba, fez uma homenagem aos empresários de destaque no Espírito Santo. O homenageado da noite foi o governador Renato Casagrande.
 
Quando os manifestantes chegaram ao local, por volta das 20 horas, já havia um forte aparato policial bloqueando as ruas de acesso ao cerimonial. Apesar do bloqueio, os manifestantes conseguiram abordar alguns convidados, que tentavam furar o “comitê de boas-vindas”. Quem conseguia passar era recebido com estampidos de rojões e vaias. Alguns convidados que se dirigiam para o cerimonial, ao perceberem o tumulto, deram meia volta e desistiram dos troféus. 
 
 
Algumas portas da imponente fachada do Itamaraty Hall foram protegidas com tapumes para evitar depredação. Sem acesso ao local, os manifestantes tomaram a Reta da Penha no sentido Ufes. No caminho, uma agência da Caixa Econômica Federal e uma revendedora de carros de luxo tiveram os vidros quebrados. A polícia agiu e conteve os manifestantes. Não houve prisões. A Reta da Penha chegou a ficar interditada por pedras que foram colocadas na via para impedir a passagem de veículos. O trânsito ficou congestionado e os motoristas tiveram que usar ruas alternativas para escapar do bloqueio.
 
O Batalhão de Missões Especial chegou a usar bombas de efeito moral, de gás lacrimogêneo e spray de pimenta para dispersar os manifestantes que ocupavam a avenida. 
 
 
Em seguida, a polícia escoltou os manifestantes que voltaram para Ufes. Por volta da 21h30, os manifestantes foram se dispersando à medida que chegavam no campus da universidade. Não houve novos confrontos com a polícia nem registro de prisões
 
Prêmio
 
Se o número de participantes tem caído nos últimos protestos, a organização tem aumentado. O ato desta quinta-feira (8), por exemplo, revelou que os manifestantes planejaram estrategicamente o roteiro do protesto. 
 
 
O ato no local que abrigaria o Prêmio Líder Empresarial 2013 foi muito bem escolhido. Os manifestantes sabiam que o evento reuniria lideranças que representam empresas que têm sido alvo dos protestos (pedágio, pó preto etc). O “Não é por 20” também queria fazer uma “homenagem” especial ao governador Renato Casagrande.
 
 
“Não é à toa que Casagrande será o homenageado desta festa. Um governo que prioriza os lucros das grandes empresas que financiam sua campanha e deixa de lado os investimentos sociais primordiais como transporte, saúde, educação e moradia, só pode mesmo ser premiado pelas corporações que mercantilizam a vida do povo”, alertava um texto postado horas antes do protesto no Facebook do “Não é por 20”. 
 
A intenção do movimento era fazer um protesto bem-humorado, parodiando a entrega do prêmio. Os manifestantes também pretendiam “homenagear” o governador com troféus temáticos: “Líder do Não Diálogo com o Povo”; “Líder da Barbárie Social Capixaba”; “Líder da Repressão e da Criminalização dos Movimentos Sociais”. 
 
Um dos objetivos do “Não é por 20” era entregar a pauta de reivindicação do movimento ao governador Casagrande. Os principais eixos da pauta são mobilidade urbana, educação, meio ambiente, direitos humanos e saúde.
 
O movimento não logrou êxito na tarefa de entregar o documento nas mãos do governador, mas, de qualquer maneira, o recado das ruas chegou rapidamente ao governador e a classe empresarial, os grandes “homenageados” da noite. 

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