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‘Nestlé quer cortar pela metade o pão do trabalhador’, denuncia Sindialimentação

Maior empresa de alimentos do mundo, multinacional se nega a pagar PLR e quer cortar ticket-alimentação em 50%

Mesmo com aumento de 30% nos lucros durante a pandemia do coronavírus, a Nestlé quer cortar em 50% o valor do ticket-alimentação dos trabalhadores da Garoto e se recusa a pagar a participação nos lucros e resultados (PLR), benefício que sempre foi garantido há mais de duas décadas. Só concedeu a reposição de 2% das perdas salarias no último ano. “Ela quer cortar pela metade o pão na mesa do trabalhador”, repudia Linda Morais, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Alimentação do Espírito Santo (Sindialimentação/ES).

A postura da multinacional é alvo de protesto nesta quinta-feira (3) promovido pelo Sindicato, com todos os cuidados de distanciamento e uso de máscaras necessários ao controle da pandemia de Covid-19, como aponta a entidade.


“Não tem justificativa, porque os trabalhadores continuaram trabalhando durante a pandemia e ela continua com altos lucros”, expõe. “Se ela quer aumentar a margem de lucros, que produza mais. Não pode é reduzir a qualidade de vida do trabalhador”, rebate.

A Chocolates Garoto é uma das mais lucrativas unidades fabris da Nestlé, esta eleita novamente a maior empresa de alimentos do mundo há uma década, segundo o Global 2000 de 2020, ranking elaborado pela revista Forbes junto às empresas de capital aberto mais poderosas do planeta.

Com um lucro de 13 bilhões de dólares em 2019, elevado em 30% em relação a 2018, a empresa retomou o primeiro lugar na lista bilionária, que havia perdido para a Anheuser-Busch InBev naquele ano.

“É mesquinharia. A Nestlé faz campanha na mídia que dizendo que faz bem e que ajuda a Cruz Vermelha, mas chega dentro da fábrica e quer cortar o valor que é importante pro trabalhador há vinte anos. Ela quer nivelar a Garoto às menores empresas, o que não é justo, não tem comparação. Isso não é negociar, é chantagear”, relata Linda.

No última final de semana, o sindicato fez uma campanha pra falar com as famílias dos trabalhadores pelas redes sociais. “As famílias estão indignadas com a falta de respeito da Nestlé. Essa postura afeta toda a família”, conta. “Já vivemos numa situação arrochada, o trabalhador está no sufoco, e a está terceirizando muito e com isso economizando, tendo mais lucro”, revela.

Linda conta que antes da pandemia, em março último, a direção da Nestlé chegou a afirmar que iria pagar o PLR de 2019 com um ano de atraso, em março de 2021. Desde então, várias reuniões foram feitas com o Sindicato e o assunto não foi tratado. Em agosto, ela afirmou que não vai mais pagar o PLR nos moldes tradicionais, porque não foi possível finalizar um documento que balizaria o pagamento.

“A gente sempre teve um modelo de negociação em que a empresa discutia com o sindicato o valor devido a essa participação nos lucros e resultados. A Nestlé em 2019 disse que não queria mais discutir esse formato de acordo coletivo, no qual a categoria tinha o mínimo garantido, e sim seguir a Lei 10.101/2000, pagando a participação segundo o cumprimento de metas”, explica Linda Morais.

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