Está cada vez mais distante o debate sobre a ocupação da Zona de Equipamento Especial (ZEE-8). Após audiência polêmica sobre o tema no em novembro do ano passado e da promessa feita pela nova administração de Vitória de acompanhar atentamente o andamento do projeto, até o momento, não se sabe em que estágio está a análise do projeto na Prefeitura Municipal de Vitória.
A única informação foi dada pela Secretaria de Desenvolvimento da Cidade e afirma que o processo relacionado à ocupação da área no bairro Enseada do Suá está em fase de análise pela atual administração. Mesmo assim, não foi informado em que fase da análise o plano se encontra, nem que estudos, dos solicitados em audiência pública, já foram entregues a PMV.
O processo foi protocolado Prefeitura Municipal de Vitória, ainda na gestão do ex-prefeito João Coser (PT) e vinha sendo analisado pela equipe da atual gestão desde o ano passado quando moradores da região se posicionaram contra o projeto durante audiência pública na Praia do Canto, com o prefeito Luciano Rezende.
Na ocasião, os moradores reclamaram que o projeto iria gerar inchaço populacional, trânsito, descaracterização da paisagem, entre outros apontamentos ligados as falhas técnicas do projeto.
O projeto, além da expansão do Shopping Vitória, prevê a construção de torres empresariais, um flat, um hotel e torres residenciais, o que poderá afetar diretamente a qualidade de vida nos bairros da bairros Praia do Canto, Santa Helena, Ilha do Boi e Ilha do Frade em relação à mobilidade urbana, além de gerar o aumento da população flutuante, devido aos empreendimentos futuros na região. O esgotamento da malha viária foi outra preocupação exposta pelos moradores.
O debate, entretanto, se encontra paralisado e poucas dúvidas sobre o projeto vêm sendo esclarecidas, denunciam moradores.
Até esta terça (29), por exemplo, não se sabe se a cobrança do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) para que o Grupo Buaiz, protocole o projeto no órgão, foi atendida. Até dezembro deste ano, o projeto sequer havia sido protocolado no órgão e a medida foi cobrada pela própria superintendente do órgão, Diva Maria Freire Figueiredo, durante audiência pública sobre o projeto.
Durante a audiência também foi cobrado dados sobre a estimativa do incremento populacional para a região, assim como de automóveis e os planos viários para desafogar o trânsito, que não constavam no projeto.
A expectativa, dizem os moradores da região, é que uma nova audiência seja realizada no início deste ano para garantir que o projeto não seja aprovado nos moldes em que foi apresentado à sociedade.
Proposta alternativa
A proposta, elaborada pelo arquiteto e urbanista Fernando Betarello, prevê a construção de um Complexo do Mar e foi entregue espontaneamente pelo professor e economista Arlindo Villaschi ao prefeito de Vitória, Luciano Rezende, em dezembro do ano passado.
A proposta prevê a continuidade do uso público do aterro na Enseada do Suá, conforme já ocorre nas praças dos Namorados, dos Desejos e da Ciência, na Curva da Jurema, Cais das Artes e Praça do Papa. Ou seja, manter o serviço de lazer, educação, cultura, ciência e de eventos característico da região, através da construção de um Aquário Municipal, um Museu do Mar, um estacionamento e um ancoradouro para passeios na baía de Vitória.
Apesar de um Estado litorâneo, diz o arquiteto, a cidade não dá destaque para estudos voltados à vida marinha. Nas cidades paulistas de Santos, Ubatuba e Guarujá os aquários se tornaram pontos de visitação, fomentando o turismo e estudos voltados ao tema nestas regiões.