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Para pedalar com segurança, é essencial sinalizar as ruas e acalmar o trânsito

O Mapa das Ciclorrotas da Grande Vitória, lançado no último dia 19, é instrumento imprescindível para quem quer sair pedalando por aí em segurança sem depender do transporte motorizado, privado ou público, numa região que ainda se ressente de uma malha cicloviária consistente. Mas, de outra perspectiva, o mapa pode evidenciar um pecado das ruas capixabas: a ausência de ações de trânsito e sinalização que resguardem o ciclista.
 
O êxito do mapa depende de tais iniciativas – sem isso, será apenas um desenho bem ajambrado no papel. O que nessas circunstâncias não é pouco, mas também não é o ideal. Em maior ou menor nível, nos cinco municípios abrangidos – Vitoria, Vila Velha, Serra, Cariacica e Viana – ,os ciclistas ainda enfrentam estorvos para circular em segurança.
 
Peguemos o exemplo de Vila Velha: há ciclovia da Praia da Costa à Itaparica; da Praia da Costa, atravessando a Glória e seguindo pela Rodovia Carlos Lindemberg, entre outras, consolidadas ou em construção, que as linhas vermelhas do mapa indicam. É uma cidade que registra muitos ciclistas, dos quais a maioria é trabalhador.
 
Mas em agosto a cidade foi agraciada por cicloativistas com a disitinção de “Cidade do Espírito Santo que Mais Mata Ciclistas”, após dois ciclistas morrerem atropelados em duas semanas nas ruas canelas-verdes. Ou seja, os ciclistas de Vila Velha ainda estão à mercê de ruas mal sinalizadas, em que pesem os muitos quilômetros de ciclovias instaladas.
 
Na capital, um dos principais problemas não é exatamente a ausência de ciclovias e ciclofaixas, ainda mais após a ciclovia da Praça dos Namorados – o trecho forçava os ciclistas a pedalarem na calçada já que a rota ali é de tráfego intenso – e as obras da ciclovia das Docas, no Centro. Um dos grandes inconveniente de Vitória é a velocidade dos carros. Como as vias de Vitória são estreitas em sua grande maioria, é arriscado trafegar na borda das pistas, o que leva, você já deve ter visto, os ciclistas a trafegarem sobre as calçadas.
 
O projeto das ciclorrotas traz uma ideia subentendida: a de compartilhamento de rua. A ideia engloba todos os agentes que utilizam o espaço urbano – pedestres, bicicletas e veículos motorizados. Ciclorrotas são trechos sinalizados, horizontal e verticalmente, razão pela qual, podem ser vistas como uma medida de estímulo ao compartilhamento de vias.
 
Outra ação reivindicada por ciclistas e cicloativistas, e que seria um suporte fundamental para a ideia compartilhamento de rua, é a de acalmamento de trânsito (do inglês traffing calming), ou seja, um conjunto de medidas para abrandar os efeitos negativos do trânsito e criar um ambiente seguro e agradável para todos. A ação se daria via implantação de “zonas de 30” ou “zonas de 40” para  que os motoristas dirijam de forma mais lenta. A ideia é bem-vinda, uma vez que hoje o tráfego é intenso e perigoso mesmo no interior dos bairros.

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