A chegada do sistema de estacionamento rotativo na Enseada do Suá, a partir desta terça-feira (12), vai eliminar uma ilha de privilégios no uso do espaço público. Os parquímetros irão abranger 319 vagas nas ruas Professor Almeida Cousin, Abiail Amaral Carneiro, Belmiro Siqueira e Desembargador Homero Mafra, além da área interna da Praça João Chrisostono Belesa.
As ruas e a praça formam o campo de influência direta do Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES). Ali o sistema de usufruto exclusivo do espaço público opera de modo semelhante ao da Cidade Alta, outro polo do judiciário capixaba. Certa cumplicidade entre motoristas e flanelinhas garante espaço mesmo quando não há espaço.
Ou seja, o motorista chega e procura vaga de estacionamento. Se não encontra, deixa a chave do carro sob a guarda do flanelinha, geralmente uma figura com anos, até décadas, de trabalho na área. Quando a vaga aparece, o guardador estaciona o carro, que, assim, garante confortavelmente um lugar pelo resto do dia. É um sistema que o rotativo tende a eliminar.
Fica a expectativa para a chegada do sistema à Cidade Alta, onde o sistema de privilégios é mais flagrante. Agraciadas com o sistema, as ruas Dionísio Rosendo, Professor Baltazar, Dr. Azambuja e Duque de Caxias/Nestor Gomes são justamente vias de acesso ou saída da Cidade Alta e destacam uma espécie de ilha demarcada pelas ruas José Marcelino, Professor Baltazar (trecho Catedral de Vitória), Muniz Freire, Pedro Palácios e pelo Palácio Anchieta. A área é outro polo do judiciário capixaba.
É uma área em que estão instalados os fóruns cível e criminal e o Hospital da Associação dos Funcionários Públicos do Estado. Como mostrou reportagem feita ano passado, há um acordo tácito entre motoristas e flanelinhas para a garantia de acesso aos estacionamentos.
O sistema custa R$ 1 para 30 minutos de estacionamento; R$ 1,50 para uma hora; R$ 2 para duas horas e R$ 3 para três horas na vaga. O horário de funcionamento é de 9h às 19h, de segunda a sexta-feira, e das 9h às 15h, aos sábados. O pagamento pode ser feito com moedas ou cartões recarregáveis (valor mínimo de R$10,00), comercializados pelas monitoras da empresa concessionária ou em estabelecimentos credenciados.
Moradores cujas residências não contam com estacionamento têm isenção de pagamento. Cada endereço tem direito a apenas uma isenção. Motos também não pagam por estacionar nas 80 vagas destinadas a elas.
