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Peritos usam máscaras do pânico em protesto ao caos na segurança

Reunidos em frente à Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sesp), em Vitória, os peritos papiloscópicos manifestaram a insatisfação da categoria vestidos com túnicas mortuárias e máscaras do pânico. Eles denunciaram o permanente estado de abandono do departamento devido à falta de condições de trabalho e valorização da categoria. 

Eles cobraram do governador Renato Casagrande uma ‘limpeza’ geral da Secretaria de Segurança Pública do Estado . Segundo a Associação dos Peritos Papiloscópicos do Espírito Santo (APPES), “enquanto alguns prepostos continuarem praticando a administração de faz de conta parecendo mais pavões eriçados, sem qualquer conhecimento dos órgãos que fingem dirigir, a criminalidade só irá aumentar”.
 
 
Segundo os representantes da categoria, faltam até luvas para os agentes fazerem o trabalho de perícia. Além disso, na Seção Criminal do Departamento, mais de 200 folhas de antecedentes criminais estão em atraso devido ao sistema de informatização incompatível entre si, a falta de funcionários, a sobrecarga de trabalho sobre os profissionais. 
 
De acordo com a APPES,  criminosos presos no Estado e já condenados chegaram a ser soltos devido à demora dos laudos sobre suas verdadeiras identidades. 
 
“Há uma ordem judicial na Seção determinando a paralisação de processos e a prioridade na confecção de laudos de criminosos já condenados, porque alguns andaram sendo soltos”, denunciam. 
 
O abandono é ainda maior quando a categoria trabalha no interior do Estado. Segundo os peritos, a categoria trabalha com falha na identificação de criminosos – pessoas que cometem crime no interior não são identificados criminalmente, aumentando a impunidade. 
 
“O Departamento só existe no papel. Não existe sequer o material para periciar objetos levantados em locais de crimes”, denuncia a APPES.
Prova do descaso, alerta a categoria, é a evasão de 46% peritos aprovados no último concurso, realizado em 2010, após 22 sem concurso público para a categoria. 
 
Além de melhoria nas condições de trabalho, a categoria cobrou a recomposição salarial, concurso público para o cargo, respeito à autonomia da categoria e suas atribuições. 
 
A categoria prometeu que irá realizar manifestações periódicas para cobrar o poder público, como fez nesta terça-feira (12). Antes de se concentrar na frente da Sesp, os manifestantes cruzaram as principais ruas da Capital com um carro de som explicando à população as dificuldades da categoria. 
 
Os locais em que serão realizadas as manifestações e a forma como serão feitas serão divulgados sempre na véspera dos protestos. Paralelamente, a categoria está afixando faixas de protesto nas imediações do Departamento, com a colocação do caixão representando a falta de respeito pelos direitos da categoria. 

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