O Plano de Uso e Ocupação da Zona de Equipamento Especial (ZEE-8), na Enseada do Suá, em Vitória, ainda não foi protocolado no Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan-ES) para análise técnica. A medida foi cobrada pela superintendente do órgão, Diva Maria Freire Figueiredo, e pelos participantes da audiência pública que discutiu os projetos do Grupo Buaiz para a região, no dia 13 de novembro.
Na ocasião, a superintendente do órgão demonstrou preocupação em fazer uma boa análise sobre os impactos do projeto, porém, havia recebido o plano com pouco tempo hábil para uma análise técnica, inviabilizando uma posição do órgão sobre o tema.
“Temos critérios para essa análise. Essa consulta não foi protocolada e estamos esperando que isso ocorra. Essa é a posição deste órgão”, disse ela durante a audiência.
O plano que envolve a ampliação do Shopping Vitória, a construção de três prédios residenciais, dois corporativos, um para o funcionamento de um hotel e outro para um flat havia sido enviado para o órgão – e não protocolado– junto com o convite para a audiência pública, apenas seis dias antes do debate.
O pouco tempo para conhecer o projeto também foi reclamado por participantes da audiência. Segundo eles, além do pouco tempo para análise, o projeto foi disponibilizado apenas na sede da Secretaria de Desenvolvimento da Cidade (Sedec), ao invés de ficar disponível na internet.
Entre os pontos do plano que preocupam a população está a escalonagem do projeto. Ao projetar a construção de seus edifícios em 20 anos, os participantes da audiência afirmam que há falta de controle dos impactos, visto que não será feito um estudo conjunto, e sim um para cada fase do projeto. Além disso, o impacto de todo o projeto ainda não foi avaliado.
A escalonagem também não permite avaliar se todos os cones de visualização do Convento da Penha não sofrerão impacto pelos empreendimentos.
O Grupo Buaiz é responsável pelo projeto de ocupação da ZEE-8 e já apresentou três projetos neste sentido. Os dois primeiros foram barrados por interferir nos cones de visualização do Convento da Penha, em Vila Velha, entre outros impactos apontados. Já o novo projeto se apresenta com edifícios menores, com até 32 metros (10 pavimentos), porém, só após a análise do Iphan será possível avaliar tecnicamente qual será o impacto dos edifícios na paisagem da cidade.