quinta-feira, novembro 28, 2024
27.1 C
Vitória
quinta-feira, novembro 28, 2024
quinta-feira, novembro 28, 2024

Leia Também:

Polícia aumenta repressão e põe fim a protesto no Centro da Capital

O 5º Grande Ato “Não é por centavos, é por respeito à população capixaba” teve início antes das 7 horas desta sexta-feira (19), como previa a programação da manifestação nas redes sociais, com concentração em frente à Assembleia Legislativa. Por volta das 14h20, o protesto foi disperso pela polícia e os manifestantes se espalharam pelo Centro de Vitória 

Em uma rápida ação tática a tropa de choque da Polícia Militar dispersou os cerca de mil manifestantes que estavam nas avenidas Getúlio Vargas e Jerônimo Monteiro, em frente ao Palácio Anchieta. Por volta das 14h20 o protesto foi disperso com uso de bombas de efeito e de balas de borracha pela tropa de choque. 
 
Os manifestantes foram “empurrados” para regiões da Cidade Alta e outro grupo correu para Beira Mar. Depois do fim do protesto, o trânsito começou a ser liberado nas imediações do Palácio Anchieta. 
 
Após a dispersão policiais da Rotam fizeram detenções no entorno dos locais que eram ocupados pelos manifestantes. As prisões, segundo os manifestantes, são arbitrárias. 
 
Antes da dispersão os manifestantes estavam mobilizados nas duas avenidas. Um pequeno grupo – cerca de 20 pessoas – tentou jogar pedras no Palácio Anchieta, mas foi reprimido por balas de borracha. Esse mesmo grupo partiu para o prédio Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz) e jogou pedras contra o edifício. 
 

Um grupo de cerca de 300 pessoas se concentrou em frente à Casa e em seguida seguiu para o Tribunal de Contas do Estado (TCEES), passando pela praça de pedágio da Terceira Ponte antes de seguirem para o Palácio Anchieta. 

 
Os protestos em frente à Assembleia e ao Tribunal de Contas foram pacíficos. Os manifestantes gritaram palavras de ordem. Algumas criticas foram dirigidas aos deputados que votaram contra o projeto de decreto legislativo que propunha o fim da cobrança do pedágio na Terceira Ponte. Em seguida, a mensagem foi para o TCE, que está encarregado de conduzir a auditoria no contrato da concessionária Rodosol que explora o pedágio na ponte.
 
Quando passavam pela Terceira Ponte, que teve as cancelas liberadas, houve um pequeno incidente entre algumas manifestantes e seguranças da Rodosol, que foi logo pacificado e os manifestantes puderam seguir em direção ao Palácio Anchieta pela Avenida Beira Mar, destino oficial do protesto.
 
Na chegada à sede do governo, alguns manifestantes jogaram pedras nas vidraças do prédio e, neste momento, a tropa policial que se concentrava no interior do Palácio desde às 4 horas da madrugada respondeu imediatamente com bombas de gás lacrimogêneo e efeito moral. Os policiais também utilizaram balas de borracha. O confronto se estendeu pela praça João Clímaco, nas imediações do Palácio Anchieta por cerca de 20 minutos. Os manifestantes revidavam a ação da PM com rojões e pedras. 

 
Depois de passarem pelo Palácio Anchieta os manifestantes se reagruparam na praça Costa Pereira para seguirem em direção ao Palácio da Fonte Grande, sede administrativa do governo. No percurso não havia policiamento, mas ao chegarem ao local, pedras foram arremessadas contra a portaria do edifício e novamente a força policial respondeu com bombas contra os manifestantes. 
 
Depois disso, os manifestantes que foram dispersos voltara a se reunir nas avenidas Getúlio Vargas e Jerônimo Monteiro, em frente ao Palácio Anchieta onde permanecem bloqueando as pistas nos dois sentidos. Tapumes de obras do entorno foram utilizadas para fazer barricadas e impedir a passagem de veículos.
 
Em entrevista à Radio CBN o presidente da seccional capixaba da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-ES), Homero Mafra, que estava no local, ressaltou que a Ordem desaprova a depredação do patrimônio público, mas condena a ação desproporcional da polícia. Segundo Mafra, policiais da Ronda Ostensiva Tática Motorizada (Rotam) que circulavam em viaturas utilizaram armas de fogo para intimidar manifestantes e populares que circulavam pela região do Centro de Vitória na manhã desta sexta-feira. 

Uma testemunha do fato disse à reportagem de Século Diário que viu um policial de moto dar um tiro para cima e depois apontar a arma para a manifestação. 

 
Ele ressaltou que entre os manifestantes estão representantes de entidades e movimentos sociais e que considera a atitude dos policiais desproporcional. Mafra disse ainda que assim que receber as imagens representará contra a PM, para que os policiais que agiram com excesso sejam identificados e responsabilizados.
 
Já o secretário de Estado de Segurança Pública, André Garcia, disse, em entrevista à mesma rádio, que o nível de agressividade de alguns manifestantes estava fora do comum. No entanto, as transmissões ao vivo dos próprios manifestantes e de outros veículos de comunicação mostravam, no momento em que o secretário falava, que as pessoas apenas concentradas na pista da avenida Getúlio Vargas. 
 
Garcia esclareceu também, rebatendo as declarações do presidente da Ordem, que a polícia agiu sempre com cautela para evitar o confronto com os manifestantes. Quando à denúncia de Mafra sobre os excessos dos policiais da Rotam, o secretário perguntou ironicamente ao representante da Ordem se policiais circularem com armas é intimidação.
 
Ele esclareceu ainda que de fato houve registro de disparo de arma de fogo durante o protesto, mas afirmou que os tiros partiram do segurança de uma agência bancária que estaria sendo depredada pelos manifestantes. Garcia disse que o segurança atirou porque ficou assustado. 
 
O secretário também repetiu várias vezes que os manifestantes não queriam negociar nada, mas apenas partir para agressão. “O nível de agressividade tem sido excessivo”. 
 
(Com informações de Nerter Samora)

Mais Lidas