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Por um voto, Assembleia rejeita telas de proteção na 3ª Ponte

A votação foi apertada (9 votos a 8), mas o interesse público não venceu o cerco palaciano ao projeto de autoria do deputado Euclério Sampaio (PDT), que previa a instalação de grades ou telas de proteção na Terceira Ponte, com o objetivo de evitar novos casos de suicídios no local. Depois de uma dura briga entre o autor da matéria e o líder do governo Gildevan Fernandes (PMDB), incluído vários episódios de bate-boca na Casa, o governo levou a melhor e o projeto foi rejeitado pelo plenário.

Depois de dar o parecer a contragosto pela aprovação de uma emenda ao projeto da deputada Eliana Dadalto (PTC) ao projeto, na Comissão de Justiça, o líder do governo deu o recado no encaminhamento da votação em plenário, alertando os colegas para votarem contrários à matéria. Já o deputado Euclério Sampaio apelou para que os deputados colocassem o interesse público acima da pressão do Executivo.

Votaram a matéria 18 deputados: 9 contra; 8 a favor; e uma abstenção, do presidente da sessão, Enivaldo dos Anjos (PSD). Alguns deputados deixaram o plenário para não votar nem sim, nem não. O fato é que o trabalho de convencimento da liderança do governo foi forte nos últimos dias para que a Casa rejeitasse o projeto de Euclério.

O primeiro a justificar o voto foi o deputado Gilsinho Lopes (PR), que defendeu o projeto de Euclério. Ele mostrou um vídeo que flagra uma cena de suicídio na ponte e lembrou os colegas que foram 195 mortes por causa violenta em 2015 registradas na ponte, mas a concessionária que administra a Rodosol rebate os números, dizendo que só aconteceram seis casos no período. O deputado se queixou que não há transparência nos números.

Euclério, em sua justificativa chamou os deputados à responsabilidade, parabenizando os parlamentares que votaram a favor do projeto. Além dele, votaram sim, os deputados Hércules Silveira (PMDB), Gilsinho Lopes (PR), Marcelo Santos (PMDB), Hudson Leal (PTN), Sérgio Majeski (PSDB), Nunes (PT) e Honório Siqueira (PT). Por outro lado ele criticou os deputados Rafael Favatto (PEN), Freitas (PSB) e Amaro Neto (SD), que se comprometeram a votar com a favor do PL, mas, na hora H não cumpriram o compromisso.

Após a votação, o deputado Sérgio Majeski, rebatendo a alegação governista de que o projeto seria inconstitucional, destacou o fato de os deputados aprovarem vários projetos do governo que são flagrantemente inconstitucionais, mas que são facilmente aprovados quando partem do governo. Majeski afirmou ainda que respeitava o direito de cada deputado se votar democraticamente contra ou favor dos projetos, mas que repudiava os que simplesmente fugiram da votação para ficarem bem com o governo e com a população. 

Já o deputado Guerino Zanon (PMDB) foi o único parlamentar que votou contrário ao projeto e mesmo assim justificou o voto. Ele rechaçou a fala dos colegas de que houve imposição do governo para seu voto. Disse que votou contrário ao projeto porque entendeu que a matéria era inconstitucional.

Euclério, porém, afirmou que houve ingerência palaciana na votação. Ele afirmou que o governo quer atender os interesses da concessionária. O pedetista, mais uma vez, responsabilizou o governo e os deputados que votaram contra a proposta pelas mortes na ponte.

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