Os portuários capixabas estão em estado de greve e podem paralisar suas atividades a qualquer momento. A informação é do presidente da Intersindical-ES e vice-presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes Aquaviário e Aéreo, na Pesca e nos Portos (CONTTMAF), José Adilson Pereira. O sindicalista está em Brasília com outros representantes portuários do País cumprindo uma agenda de negociações com o governo federal, que já anunciou: considera a greve algo “não razoável”, declarou ao jornal O Globo, o ministro da Secretaria dos Portos, Leônidas Cristino
Segundo José Adilson, a categoria cumpre em Brasília um cronograma de ações, reuniões e debates que deverá ser finalizado na próxima quinta-feira (21), quando será decidido se haverá ou não greve nacional da categoria.
A pressão dos portuários capixabas será reforçada com a chegada dos representantes do Sindicato da Orla Portuária do Estado (Suport-ES) nesta quarta-feira (20). Eles estão no Rio de Janeiro panfletando e palestrando sobre a MP 595 no Seminário “Medida Provisória 595/2012 – Desafios, Questionamentos e o Futuro dos Portos Organizados no Século XXI”. A entidade afirma que as mudanças previstas pela MP, que propõe a reestruturação do setor, ameaçam o mercado de trabalho.
Na manhã desta quinta, os portuários definirão o plano de luta para a alteração da MP 595. A pressão da categoria também ocorre por parte dos portuários santistas. Em Santos, a categoria já adiantou que irá parar na sexta-feira (22), por um período de seis horas. Os portuários de Santos também invadiram um navio chinês como parte da mobilização por mudanças na MP 595.
Na tentativa de conter a pressão dos portuários, o governo federal anunciou que irá licitar 10 terminais neste semestre. Ao jornal O Globo, Leônidas Cristino indicou os portos prioritários (três em Belém, sete em Santos).
Entre as medidas mais polêmicas da MP está a liberação de novos terminais privativos, sem restrições para a movimentação de cargas de terceiros. Antes, havia a necessidade de carga própria para justificar o investimento e apenas o residual podia ser destinado a terceiros.
O advogado do Suport-ES, André Moreira, afirmou que as alterações previstas pela MP nada mais são do que um interesse político de donos de instalações portuárias. Segundo o sindicato, a nova medida desregulamentaria direitos já conquistados pelos trabalhadores.