A audiência que discutiria a construção de oito torres de 22 andares ao lado Lagoa de Nova Guarapari, na Enseada Azul, foi cancelada pela Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Rural e Urbano de Guarapari. Na reunião, que aconteceria nesta terça-feira (30), seria apresentado o Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV) e o pré-projeto da obra, que é criticado pela população.
A obra da Soliddo Construtora e Incorporadora Ltda está prevista para ser edificada numa área de alagados e, segundo a Associação de Moradores da Enseada Azul (Ameazul), com padrões em desacordo à estrutura urbana local.
“Mesmo com as seguidas decisões favoráveis à Ameazul, em relação à construção de prédios acima de cinco andares, conforme determina o gabarito local, a especulação imobiliária insiste em transformar a região numa selva de pedras”, protesta em nota a Ameazul.
Ao todo, só para o projeto da Soliddo seriam construídos 1,2 mil apartamentos, a maioria de quarto e sala, com capacidade aproximada para quatro mil novos moradores. A Ameazul alerta que hoje a região já apresenta problemas estruturais de mobilidade e segurança, que se gravariam com o novo empreendimento.
A entidade reclama que esta não é a primeira vez que a reunião para debater o empreendimento é cancelada. Em dezembro, outra audiência já havia sido desmarcada em cima da hora.
A sociedade civil pede a revisão do Plano Diretor Municipal (PDM), que aprova a construção dos espigões em área de relevante importância ambiental e turística, gerando danos paisagísticos e de mobilidade à região.
“Se o projeto for aprovado, milhares de novos moradores chegarão ao bairro que já não suporta mais tanta gente na alta temporada. A prefeitura estará repetindo os erros cometidos no passado na Praia do Morro e no Centro de Guarapari, cujas ocupações não foram feitas de acordo com a qualidade de vida, o meio ambiente e o valor turístico desses locais”, alertou a Ameazul.
O Portal 27, de Guarapari, informa que a empresa Soliddo não pediu o cancelamento da reunião por iniciativa própria. “Juntamente com a prefeitura de Guarapari, resolvemos adiar a audiência para que sejam preparados vídeos explicativos para os questionamentos feitos pela população guarapariense”, afirmou a empresa ao Portal 27.