A Guarda de Trânsito da Prefeitura de Vitória está multando motoristas nos estacionamentos rotativos. Na sessão desta segunda-feira (3), os deputados da CPI da Máfia dos Guinchos, na Assembleia Legislativa, que receberam tais denúncias, condenaram a ação, já que o serviço é executado pela iniciativa privada. É como se os agentes de trânsito trabalhassem também para a Tecgold Sistemas, concessionária do serviço.
“Não consigo compreender por que a guarda municipal, que é paga pelo erário, faz um trabalho de fiscalização de um serviço administrado pela iniciativa privada. Por que isso? Para mim, é proibido”, disse a realtora, Janete de Sá (PMN), para quem a guarda é paga apenas para executar serviços públicos. A comissão decidiu convocar representantes da Secretaria Municipal de Segurança Urbana (Semsu) para a sessão da próxima segunda-feira (10) a fim de apurar a denúncia.
Uma outra questão agrava a conduta da prefeitura: se o motorista não paga o serviço ou excede o tempo de uso, os funcionários da empresa podem notificá-lo para pagamento de uma tarifa de R$ 9, chamada de taxa de pós-utilização, o que dispensaria a ação punitiva por agentes de trânsito. Motoristas receberam multas de R$ 88,38, mais três pontos na carteira.
O fato foi levantado durante a oitiva do subsecretário municipal de Transportes, Trânsito e Infraestrutura Urbana de Vitória, Anderson Barbosa. A CPI recebeu informações de que a prefeitura estava guinchando veículos que infringiam as regras do rotativo. Barbosa garantiu que não há mais recolhimento de veículos nos rotativos.
Segundo Barbosa, o único contrato da prefeitura para serviço de guincho foi firmado para retirar veículos abandonados nas ruas.