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Prefeitura de Vitória publica mais um edital para alienação do Saldanha da Gama

Depois de duas tentativas de vendas fracassadas, a prefeitura de Vitória públicou nessa quinta-feira (25) novo edital para alienação do Clube de Regatas Saldanha da Gama, no Forte São João, Vitória. A proposta é que a área possa ser cedida ou doada para implantação de um museu. Os interessados devem se manifestar até o dia 20 de fevereiro.
 
O edital da prefeitura de Vitória determina a concessão ou doação do imóvel histórico, de 4.031,28 m², desde que o interessado pague  R$ 3,5 milhões. Mas terá que se comprometer em restaurar a edificação em 10 anos e que seja implantado um equipamento de uso cultural. Assim é preservada a vocação turística e cultural do prédio, como aponta a prefeitura.
 
Os interessados vão poder participar de uma concorrência pública, nos termos da lei orgânica. Caso tenha apenas uma manifestação, será dispensada a concorrência. As instituições que desejam adquirir o clube devem enviar um ofício à Secretaria de Desenvolvimento da Cidade (Sedec) até o próximo dia 20.
 
“Estamos em busca de parceiros que desejam transformar o clube em um espaço cultural, desde que possa fazer reformas e repassar um valor menor ao município. Com o recurso dessa operação, investiremos na restauração de outro prédio histórico, o Mercado da Capixaba”, afirmou a secretária de Desenvolvimento da Cidade, Lenise Loureiro.

O primeiro edital aconteceu em junho e foi marcada por uma divergência entre a prefeitura e a Federação do Comércio do Espírito Santo (Fecomércio-ES), entidade interessada em assumir o espaço, quanto ao valor do imóvel, estimado pela Secretaria Municipal de Obras e Habitação (Semohab) em R$ 5 milhões. A oferta da entidade não passa dos R$ 3,5 milhões. O último edital foi considerado deserto em agosto.

No final do ano passado, deputados defenderam em sessão na Assembleia, que o governo do Estado comprasse o imóvel, considerando sua importância história e cultural. O prefeito já teria recebido proposta do Serviço Social do Comércio (Sesc), para implantação do Museu da Imigração e Colonização do Solo Espírito-Santense.

 
História

O Forte São João foi edificado no período colonial para proteger a cidade dos invasores. A fortaleza teve um papel imprescindível na defesa da capitania, principalmente a partir de 1592, quando o navegador inglês Candish, ameaçava invadir a ilha. Tornou-se símbolo de resistência do povo capixaba em função das duas vitórias sobre os holandeses.

 
Em 1767, a edificação ganhou peças de artilharia e enormes paredes de pedra que transformaram o Forte em uma figura imponente de defesa territorial. O Clube de Regatas Saldanha da Gama comprou a antiga edificação em 1931. Apesar da prática de esportes ser a sua principal atividade, o Saldanha, a partir da década de 20, passou a investir em festas, concursos e eventos.
 
Passou por muitos reparos e reformas até 1984, quando se tornou um imóvel tombado pelo município. A partir daí, nenhuma obra que descaracterizasse a arquitetura original foi realizada. A muralha do clube é tombada em nível estadual e considerada de interesse de preservação.

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