Cartazes afixados no interior de linhas do sistema municipal de transporte público de Vitória anunciam uma reprogramação em seus respectivos quadros de horário. O anúncio traz a preocupação de que os problemas de demora e superlotação verificados no início de 2016 se repitam no mesmo período de 2017.
Este ano, os usuários de ônibus em Vitória enfrentaram uma problemática política de redução de frotas, fruto exatamente da reprogramação do quadro de horários dos ônibus municipais realizada todo período de férias, entre o final de dezembro e o início de fevereiro. A questão é que o período de férias terminou, mas a política levada pelas empresas concessionárias, e aceita pela Prefeitura de Vitória, continuou em prática.
Após o fracasso do Integra Vitória, projeto de remodelação do sistema municipal de transporte da Capital, a política de redução de custos das empresas de ônibus veio com o aumento da passagem e a redução de frota dos ônibus. Ainda no final de março, passageiros de Vitória reclamavam de demora de ônibus e superlotação, efeitos diretos de uma estratégia de redução de frota.
O prefeito de Vitória, Luciano Rezende (PPS), já lamuriou em mais de uma ocasião que o sistema municipal é insustentável, razão pela qual defende sua integração com o sistema metropolitano, buscando a integração de projetos e obras do sistema viário. O problema é que a recente licitação do Transcol não previu integração com os ônibus de Vitória e Vila Velha, que têm sistemas próprios.
A crise do início do ano expôs também a fiscalização precária, quase inexistente, realizada pela Secretaria de Transportes, Trânsito e Infraestrutura Urbana (Setran). As empresas realizaram ajustes de horários e a secretaria em momento algum agiu para inibir. Resta a dúvida sobre qual será a postura da Setran caso uma crise no transporte público retorne às ruas de Vitória.
