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Procon de Vitória notifica Cesan por problema no fornecimento de água

O Procon de Vitória anunciou que irá notificar a Companhia Espírito-Santense de Saneamento (Cesan) devido aos problemas no fornecimento de água desde sábado (20) em vários bairros da capital. A medida visa garantir a não cobrança dos valores relativos aos dias em que houve falta de água na próxima fatura dos consumidores. 

O abastecimento ficou comprometido após obras de manutenção em adutoras no final de semana e também atingiu bairros em Vila Velha, Cariacica e Viana.

Na madrugada desta quarta-feira (24), um incêndio numa subestação elétrica de Cobilândia, em Vila Velha, causou novo transtorno em toda a região já afetada.

Para sanar os danos causados pelo incêndio, a Cesan suspendeu o fornecimento de água em 224 bairros nos quatro municípios – 77 em Cariacica, 70 em Vila Velha, 65 em Vitória e 12 em Viana. A Companhia ainda não sabe informar quando o serviço será normalizado e pede que a população economize água e faça reservas para emergências.

A suspensão do abastecimento pode deixar até um milhão de pessoas sem água, segundo informou o diretor de operações a Cesan, Luiz Claudio Rodrigues.

Em Vitória, moradores do bairro Resistência atearam fogo em pneus em protesto à falta d' água inesperada e prolongada.

Queda de braço

A Prefeitura de Vitória e a Cesan estão em uma queda de braço judicial há mais de um ano, por meio de várias multas aplicadas pelo Município contra a concessionária, havendo ainda uma ação civil pública movida pela ONG Juntos SOS ES Ambiental, referente ao lançamento de esgoto in natura nas praias da capital.

Inicialmente, o processo interpelou apenas o município de Vitória, que, de imediato, tentou se eximir da responsabilidade por fiscalizar as ligações dos imóveis – muitos deles públicos – à rede de esgoto atual, culpando a Cesan pela ineficiência do serviço e solicitando, ainda, ingressar como polo ativo na ação, ou seja, tornando-se coautora, ao lado das duas entidades, e tendo apenas a Cesan no polo passivo (ré).

Apesar de sua natureza técnica e ambiental, a ação acabou acirrando uma disputa política entre a Prefeitura de Vitória e o governo estadual, em que ambos disputam o serviço atualmente prestado com exclusividade pela Cesan. Enquanto o prefeito Luciano Rezende (PPS) chegou a ameaçar entregar o serviço para uma empresa privada – tendo contratado inclusive um pré-estudo de viabilidade com a Companhia Nacional de Saneamento (Conasa), do Paraná, para a mudança na atual concessão – , o governador Paulo Hartung briga para privatizar a empresa estatal.

Denúncias recíprocas têm se sucedido ao longo de 2017 e até duas multas milionárias foram aplicadas pela PMV contra a Cesan em outubro passado, somando mais de R$ 20 milhões. O motivo foi o derramamento de esgoto in natura em vários pontos da cidade.

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