Dados da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo), divulgados nesta terça-feira (8), apontam que a produção nacional de bicicletas caiu 10% no acumulado do ano de 2015, chegando a 3,6 milhões.
As vendas também apresentaram queda de 10%, alcançando os 3,3 milhões. Segundo o vice-presidente da Abraciclo, Eduardo Musa, essa queda só não foi maior devido ao aumento do consumo para mobilidade urbana.
“Sabíamos que o ano seria difícil, mas acabou sendo pior do que esperávamos. Com as bicicletas não foi diferente, apesar do sentimento de apoio da sociedade civil, das prefeituras, que têm investido na infraestrutura cicloviária, e das preocupações com a mobilidade e meio ambiente”, disse Musa.
Especialistas avaliam que de 2008 para cá houve uma desaceleração na venda de modelos básicos, os preferidos da população de baixa renda que usa a bicicleta como meio de transporte. Esses consumidores teriam trocado as bikes pelas motocicletas de baixa cilindrada.
A queda na produção só não foi maior devido a esse fenômeno, que tinha as populações dos municípios do interior como seus principais consumidores, porque houve um aquecimento do consumo nos meios urbanos, com a adesão da bicicleta como alternativa de transporte ao automóvel nas grandes cidades e também para o uso recreativo, associado a hábitos de vida saudável.
Motocicletas
De acordo com a Abraciclo, a produção de motocicletas também registrou queda em 2015. Entre janeiro e novembro foram fabricadas 1.212.075 unidades, 15% a menos do que o produzido no mesmo período do ano passado. Na comparação mensal a queda foi de 28,2%, ao passar de 104.388 para 74.972. Com relação ao mesmo mês do ano passado, quando foram produzidas 121.719 motocicletas, a retração foi de 38,4%.
Os licenciamentos alcançaram 105.371 motos em novembro, o que representa um crescimento de 18,4% ante outubro, quando foram vendidas 89.020 unidades.
“O mês de novembro aponta pelo menos para estabilidade com relação a outubro. No nosso entendimento é o fim do poço. Esperamos pelo menos manter esses resultados e começar a crescer no segundo semestre do ano que vem”, disse o presidente da Abraciclo, Marcos Fermanian.
Para 2016, as projeções são de produção em torno de 1.280.000 unidades, com 1.220.000 de vendas no atacado e 75.000 para a exportação. “Esperamos ficar pelo menos no patamar de 2015. Vamos torcer que esse nó político-econômico seja desatado rapidamente e tenhamos um ambiente mais favorável no segundo semestre de do ano”, disse Fermanian.
Até julho de 2015, segundo a Abraciclo, o Espírito Santo registrava uma frota de 499 mil motocicletas. Nos últimos 10 anos a frota capixaba de motocicletas cresceu quase três vezes. Em 1998, a frota no Estado era de 45 mil motos. No período, o crescimento foi de 1009%, o maior da Região Sudeste.
