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Produtores rurais de Mimoso do Sul sofrem impactos da cobrança de pedágio na BR-101

A cobrança de pedágio pela Eco 101, concessionária que administra a BR-101, tem provocado transtornos, talvez irreversíveis, para pequenos produtores rurais de Mimoso do Sul, no sul do Estado. Apesar de inúmeras reuniões e pedidos, os produtores não tiveram isenção no pedágio. 
 
De acordo com o secretário de Políticas Agrárias do Sindicato Rural de Mimoso do Sul, Carlos Roberto Abreu da Silva, os produtores rurais do assentamento Rancho Alegre, no mesmo município, estão tendo prejuízos incalculáveis com a cobrança de pedágio. 
 
A distância entre as propriedades rurais e as residências dos agricultores é de cerca de 500 metros, mas há uma praça de pedágio no meio do caminho, com cobrança de R$ 1,60 em cada sentido. Os pequenos agricultores não tiveram isenção de pedágio concedida pela concessionária e passam diversas vezes por dia pelo local, tendo de arcar com os gastos. Segundo Carlos, há produtores rurais que passam pelo pedágio de quatro a cinco vezes por dia. 
 
Na região há quatro assentamentos, que reúnem mais de 350 famílias que vivem da agricultura e dependem do escoamento das produções das pequenas propriedades. Além de pagarem o pedágio de Mimoso do Sul, os produtores ainda pagam os de outras praças quando escoam a produção. 
 
Apesar de já ter sido feita reuniões entre os produtores rurais e representantes da Eco101, nenhuma isenção foi concedida aos agricultores. Eles podem ter que repassar aos consumidores o aumento nos gastos da produção dos produtos agrícolas. 
 
Na região sul, além da praça de pedágio em Mimoso do Sul, há a praça de Itapemirim, com tarifa de R$ 3 em cada sentido. Esta cobrança também está sendo contestada por moradores de Rio Novo do Sul. Com aproximadamente 12 mil habitantes, o município está a 24 quilômetros de Cachoeiro de Itapemirim, que faz parte do dia a dia da maioria dos moradores de Rio Novo do Sul, que estudam e trabalham na cidade polo.
 
Duplicação
 
Mesmo antes do início da duplicação do trecho da BR-101 no Estado, o pedágio começou a ser cobrado. O início da duplicação acontece somente no início de 2015 e a concessionária alega que, em até cinco anos, metade do trecho esteja duplicado. 
 
No entanto, veículos pesados que  trafegam pela via constituem um desafio à manutenção da rodovia. Enquanto no norte do Estado, as carretas carregadas com eucaliptos são responsáveis pelas mais graves tragédias que ocorrem na BR-101, no sul, são as carretas com blocos de granito que colocam em risco as vidas dos motoristas que utilizam a rodovia. 
 
Além do transporte legalizado das pedras extraídas no sul do Estado, também há o transporte ilegal de pedras, ou com peso acima do permitido na legislação. A duplicação da via, extremamente sinuosa no sul do Estado, pode reduzir o número de acidente provocado por carretas.
 
Já no norte, as carretas carregadas de toras de eucalipto, que fazem o caminho entre a fábrica da Aracruz (atual Fibria) e o sul da Bahia são grandes responsáveis pela tensão na BR-101. Cada carreta mede 30 metros, o equivalente a um prédio de 12 andares, e pesa entre 110 e 120 toneladas. 
 
Além disso, os veículos trafegam em alta velocidade em pista simples e, em determinado ponto da rodovia, se encontram. É comum para quem trafega pela BR-101 se deparar com três carretas de 30 metros trafegando em um mesmo sentido, umas atrás as outras, sendo quase impossível para motoristas de outros veículos realizar a ultrapassagem.   

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