A iniciativa busca valorizar o educandário como patrimônio cultural do Espírito Santo e de Cariacica
A história do Educandário Alzira Bley foi resgatada no projeto “O Educandário Alzira Bley como Lugar de Memória”, realizado pelo coletivo cultural Start. O trabalho está disponível em uma exposição fotográfica virtual. No site também é possível ter acesso a um catálogo de fotos. Ambos os trabalhos seriam lançados em abril, no aniversário de 80 anos do Educandário. Entretanto, o lançamento foi impossibilitado devido à pandemia. Tanto a exposição fotográfica, que contará com 10 banners, quanto a versão do catálogo em DVD, estão sem data prevista para lançamento.
O projeto, contemplado pela Lei de Incentivo à Cultura João Bananeira, de Cariacica, também conta com um documentário sobre o Alzira Bley, que será lançado no mesmo DVD do catálogo, e conta com a direção de Judeu Marcum. Segundo o arquivista e integrante do Start, Anderson Gomes Barbosa, a iniciativa tem como objetivo valorizar o educandário como patrimônio cultural do Espírito Santo e de Cariacica, por fazer parte da identidade cultural e social, retratando um contexto importante, apesar de triste, do Estado e município.
A exposição fotográfica e o catálogo, como ressalta Anderson, resgatam a memória de momentos como o da religiosidade, por meio de realização de missas, por exemplo, além de visitas de autoridades como o ex-presidente Eurico Gaspar Dutra e as festas que eram realizadas no local, como Dia dos Pais, Dia das Mães e festa junina. “É um projeto que promove a divulgação do acervo fotográfico do educandário, é importante para a preservação da memória do Espírito Santo e de Cariacica, um resgate de suma importância para contribuir com pesquisas”, destaca Anderson.
Embora não haja previsão de lançamento do documentário em virtude da pandemia do coronavírus, o coletivo Start já divulgou um teaser. Anderson afirma que o documentário contextualiza a política de isolamento de pessoas com Hanseníase do início do século XX e conta com depoimentos dos ex-internos. “Eles falam do isolamento, do preconceito, dos danos causados, inclusive sequelas emocionais, mas também retratam os momentos felizes, como as amizades, as festas, quando podiam visitar os familiares no Pedro Fontes, mas sem estabelecer nenhum contato físico”, relata.
Além de ter sido beneficiado pela Lei de Incentivo à Cultura João Bananeira, o projeto tem apoio da Associação dos Arquivistas do Estado do Espírito Santo (Aarqes)