O montante do crédito, explica Evandro Figueiredo, é resultado da soma dos R$ 300 milhões, pagos pelos moradores em IPTU e ISS, e o valor dos impostos pagos pelas empresas Vale e ArcelorMittal – nos últimos cinco anos, período da gestão do atual prefeito, Luciano Rezende (PPS)–, instaladas na Ponta de Tubarão, que faz divisa com o bairro, no limite com o município da Serra.
A contrapartida do Executivo, no entanto, protesta o Movimento, foi de apenas R$ 1 milhão, referentes a um quilômetro de ciclovia instalada na Avenida Munir Hilal. “O posto da Guarda Municipal não foi pago com dinheiro público, foi uma medida compensatória, por parte das construtoras, para fazerem novos empreendimentos”, informa o líder comunitário Evandro Figueiredo.
A Praia de Camburi é um item de destaque na reclamação feita pelo Movimento. De fato, é explícita a diferença, observável por qualquer pessoa que transite pela orça da parte continental da cidade: da ponte de Camburi até o final do bairro Mata da Praia, a praia é uma; a partir daí, a urbanização realizada pela Prefeitura é outra.
De um lado, o piso é liso, os quiosques são novos e os banheiros funcionam. Do outro, o que existe são quiosques fechados e abandonados, usados como esconderijos por assaltantes, banheiros em precárias condições de uso e piso velho no calçadão, com pedras portuguesas que se soltam trazendo perigo para os usuários.
“Até a poda do mato é diferente, os chuveiros e banheiros não funcionam, o calçadão é de pedras portuguesas que estão soltas. O local virou abrigo pra moradores de rua e esconderijo para ladrões, que assaltam quem estiver caminhando no calçadão”, denuncia Evandro Figueiredo, membro do Jardim Camburi Merece Mais. “Vitória não termina na avenida Adalberto Simão Nader!”, reclama, diretamente ao prefeito Luciano Rezende, em vídeo publicado nas redes sociais.
No vídeo, o líder comunitária entrevista moradores locais, que reforçam a reclamação e o sentimento de discriminação com relação ao bairro mais populoso da cidade. “Caminho todos os dias no calçadão e percebo que esses quiosques fechados estão servindo de esconderijo para os bandidos atacarem quem caminha no calçadão, na semana passada minha amiga teve o celular roubado” desabafou a A professora Nice Fontes.
“Do lado da Mata da Praia e de Jardim da Penha, temos uma piso do calçadão lisinho, já logo depois do píer no meio da Praia de Camburi, na região de nosso bairro, o piso já é outro, sinto uma certa discriminação com os moradores dessa região”, reclamou o aposentado Elton Luiz, que também se diz testemunha de várias pessoas que tropeçam nesse trecho do calçadão.
O líder comunitário diz que os moradores estão cansados de cobrar da Prefeitura e prometem acionar o Ministério Público. “Já abrimos chamados no 156 da Prefeitura, participamos de audiências públicas, fizemos reclamações em redes sociais, mais nada sensibilizou o poder público”, anunciou.