Após a queda de receita verificada em 2014, a concessionária Rodosol termina 2015 com visível incremento de arrecadação. Segundo dados do Portal da Transparência do Governo do Estado, o total estimado em 2015 é de R$ 51,6 milhões, enquanto em 2014 registrou valor de R$ 39,6 milhões. A oscilação deve-se, claro, à suspensão da cobrança do pedágio da Terceira Ponte, entre abril e dezembro de 2014, por determinação do ex-governador Renato Casagrande (PSB).
A Rodosol administra as praças de pedágio Praia do Sol, em Guarapari, e Terceira Ponte, em Vitória.
Os números revelam que, em verdade, a galinha dos ovos de ouro da concessionária é a praça de Guarapari. Enquanto a receita da Terceira Ponte foi de R$ 36,1 milhões em 2013, despencou para R$ 6,9 milhões em 2014 e saltou para R$ 21,3 milhões este ano, a praça de Guarapari se manteve estável nesses três anos, variando entre R$ 30 e R$ 32 milhões.
A tarifa praticada – R$ 7,20 para carros de passeio – é autoexplicativa, uma vez que as cancelas de Guarapari recebem nada menos que sete vezes menos veículos que as da ponte (4 milhões contra 28 milhões). Em 2014, foram 9 milhões de veículos contra 4 milhões, fato explicado novamente pela suspensão do pedágio. Em 2013, pouco mais de 28 milhões de veículos passaram pelas cancelas da ponte, enquanto 4 milhões cruzaram as de Guarapari.
O curioso é que, durante as discussões sobre o pedágio da Terceira Ponte, as contas da Rodosol e contrato de concessão entre empresa e governo, apenas por um momento o pedágio de Guarapari entrou na mira dos questionamentos da Assembleia Legislativa.
Fugaz momento. No início do ano, os deputados instalaram uma comissão especial para discutir a desproporção do valor atual cobrado no pedágio entre Vila Velha e Guarapari. Edson Magalhães (DEM), ex-prefeito de Guarapari, questionou o fato da média nacional dos pedágios ser de R$ 3,00 a R$ 3,50 por cada 100 quilômetros rodados, enquanto o curto trecho entre os município custa o dobro.
A iniciativa partiu do deputado Enivaldo dos Anjos (PSD), que já se manifestara contra a cobrança. Mas as investidas contra o pedágio de Guarapari acabaram aí.
O contrato de concessão da Terceira Ponte segue sob auditoria do Tribunal de Contras do Estado (TCE-ES), sob relatoria do conselheiro Sebastião Carlos Ranna. O processo já recebeu pareceres conclusivos da área técnica do TCE-ES e do Ministério Público de Contas (MPC), ambos recomendando a anulação do contrato firmado em 1998.