Julho chegou e a reinauguração do Restaurante Popular de Vitória, prevista para o início do mês, ficou somente na promessa do prefeito, Lorenzo Pazolini (Republicanos). Como estão proibidas inaugurações de obras públicas desse sábado (6) até o final das eleições, não vai ser por agora que o equipamento voltará a funcionar. O presidente do Conselho Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), Paulo Teixeira, afirma que não foi informado sobre uma nova previsão de data, portanto, não se sabe quando o equipamento público estará de portas abertas novamente.
O anúncio da reconstrução do Restaurante Popular na Ilha de Santa Maria foi feito pela prefeitura em junho do ano passado. O edital para reconstrução foi lançado no mesmo mês. O objetivo, de acordo com a gestão municipal, é oferecer 2 mil refeições por dia para pessoas em situação de rua e para famílias inscritas no Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico).
Paulo relata que não foi somente a informação sobre a data de reinauguração do Restaurante Popular que não foi discutida com o Consea, mas também todo o processo de reativação do equipamento, como licitações e construção do plano de trabalho. “Eles fizeram a toque de caixa, não tivemos participação em nada, não fomos consultados”, denuncia.
Fechado desde 2016, na gestão do então prefeito Luciano Rezende (Cidadania), o prédio onde funcionava o restaurante precisava de reparos em sua estrutura, que não foi desfeita devido a uma ação dos Conselhos Municipal e Estadual de Segurança Alimentar junto com o Ministério Público Estadual (MPES) e a Defensoria Pública Estadual (DPES). Durante seu funcionamento, o espaço chegou a servir mais de mil refeições diárias pelo valor de R$ 1.
O Consea tentou dialogar com a gestão municipal, defendendo, durante a pandemia da Covid-19, que os reparos deveriam ser feitos com urgência para que o equipamento começasse a atender de forma emergencial diante da crise sanitária, podendo servir inicialmente como ponto para distribuição de marmitas para população em situação de rua, já que as Tendas do Bem, que faziam esse serviço, não foram renovadas na gestão Pazolini. Contudo, a reivindicação não encontrou eco.
Paulo destaca que há uma “negação da política de segurança alimentar e nutricional”, já que a administração municipal ignora a participação da sociedade civil na tomada de decisões. Ele relata que a Conferência Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional, realizada no ano passado, não teve nenhum tipo de apoio por parte da prefeitura, sendo realizada com doações da sociedade civil, inclusive com a doação de 120 marmitas para os participantes, concedidas pela Paróquia Santa Teresa de Calcutá, em Itararé, no Território do Bem.
O presidente do Consea também faz críticas ao Cartão Vix + Cidadania, fornecido pela Prefeitura de Vitória para famílias em vulnerabilidade social para compra de alimentos, material de higiene e limpeza e gás de cozinha. De acordo com ele, muitos comerciantes não aceitam o cartão porque a Comprocard, operadora, cobra uma taxa de 15%.