Representantes da ocupação de um terreno em Padre Gabriel e da Prefeitura de Cariacica irão se reunir nesta segunda-feira (10) para discutir uma solução para as 40 famílias que vivem no local. Os moradores esperam que o município ofereça alternativas para que eles deixem a área, como concessão de auxílio-moradia. “Até então, queriam colocar a gente na rua de qualquer jeito”, diz José Maria da Silva, membro da comissão de moradores que representa a comunidade em reuniões com o poder público.
Uma ação de reintegração de posse determinada para acontecer nessa sexta-feira (6) foi suspensa após uma reunião entre prefeitura e o 7° Batalhão da Polícia Militar, que alegou falta de estrutura para cumprir a decisão. A comunidade recebeu a informação com alívio, conta José Maria.
“Recebemos bem, porque aguardávamos que a ação iria acontecer. Estava tudo contra nós, agora está a favor. O povo está alegre por não ter acontecido. As pessoas que estão aqui é porque realmente precisam. Não tinham outra opção que não resistir”, diz, sobre as famílias que resolveram permanecer no local. Aposentado, José Maria mora há três anos no terreno com a filha de 38 anos. Antes, morava de aluguel no mesmo bairro. Segundo diz, sofria muito para pagar os R$ 400 mensais pela casa.
A ocupação iniciou-se em fevereiro de 2014 e um terreno de propriedade do município que abriga uma edificação deteriorada em que funcionaria o Núcleo de Saúde da Família (NSF). A reportagem entrou em contato com a prefeitura e perguntou se há projetos para abrigar as famílias, para retomar a construção do NSF e, se não, para dar alguma destinação ao terreno. Não houve retorno.
Enquanto isso, no último dia 3, o juiz Paulo César de Carvalho, da Vara da Fazenda Pública Estadual, deferiu pedido de liminar, em Ação Civil Pública proposta pela Defensoria Pública Estadual, determinando que o Estado e o município realizem pagamento de Aluguel Cidadão às 40 famílias que permanecem no local.