O deputado Roberto Carlos (PT), que defende a criação de uma universidade estadual, rebateu, nesta segunda-feira (27), as críticas feitas pelo ex-secretário Estadual de Educação e professor da Ufes, Haroldo Corrêa Rocha, que afirmou ser contra a iniciativa.
Em artigo publicado no jornal A Gazeta, na última sexta-feira (24), Haroldo classificou a medida como um erro. Ele escreveu que o programa Nossa Bolsa, que atende a quatro mil alunos no Estado, já funciona como uma Universidade Pública Estadual.
Para Haroldo, estas instituições sofrem com falta de verba e o ensino de baixa qualidade em quase todo o País. O Estado se mantém do lado certo ao não criar este modelo também no Espírito Santo. Além disso, o ex-secretário lembrou que o investimento por aluno/ano nos cursos superiores seria cinco vezes maior do que a educação básica (R$ 15 mil e R$ 3 mil respectivamente).
“O investimento para se implantar uma Universidade e o custeio para sua manutenção representariam um ônus significativo para os cofres públicos estaduais”, disse Haroldo.
As afirmações, entretanto, foram duramente criticadas pelo deputado. Durante seu discurso na Assembleia Legislativa, na tarde desta segunda (27), o deputado disse que respeita a opinião de Haroldo, mas explicou por que é favorável a criação de uma Universidade Estadual para o Espírito Santo.
“Há um equívoco aí. Conheço quem é oposição à criação da universidade e sei como eles são motivados. E, não é por uma visão republicana, não é por uma visão de avanço. Muitas vezes, são pessoas que querem auferir lucro através da educação”, disse o deputado.
Segundo ele, as afirmações feitas pelo ex-secretário demonstram desconhecimento dos resultados da Universidade de São Paulo (USP), na capital paulista, e da Unicamp, em Campinas (SP), entre outras universidades com bons resultados, sobretudo nas áreas de extensão e pesquisa.
“Falar que o Nossa Bolsa é uma universidade é brincar com o que é uma universidade. Me pergunto se o debate sobre isso está bem colocado? Universidade é ensino, extensão e pesquisa, o Nossa Bolsa é outra coisa”, comparou.
Em seu site, o deputado também esclarece a diferença entre o programa Nossa Bolsa e a Universidade Estadual e reconhece o programa como algo positivo por conceber bolsas de 50% e 100% para estudantes que saem das escolas públicas e ingressam em faculdades particulares, mas é enfático ao afirmar que não se trata de uma Universidade.
Desde 2011 encampando a proposta de criação de uma Universidade Estadual, o deputado acredita que esta é uma oportunidade de ampliar os horizontes do jovem na busca por mais conhecimento e qualificação profissional, em um Estado que está em franco crescimento.
Segundo Roberto Carlos, todos os anos, 30 mil estudantes concluem o ensino médio no Espírito Santo. Somada à necessidade de oferecer ensino público e de qualidade a todos os que se formam, há ainda a necessidade de preparar os capixabas para o avanço acelerado que o Espírito Santo experimenta.