A Rodosol não compareceu à reunião marcada para esta sexta-feira (28) pelo Ministério Público Estadual (MPES) para discutir a concessão da Terceira Ponte. Além da concessionária, foram convidados representantes da Agência Reguladora de Saneamento Básico e Infraestrutura Viária (Arsi) e da Procuradoria do Estado.
De acordo com o promotor Marcelo Lemos, que vem se colocando como um dos críticos da concessão, a ausência dos representantes da Rodosol mostrou que a empresa não está disposta a dialogar com o Ministério Público.
Segundo o promotor, uma pesquisa interna vem sendo realizada pelo MPES para avaliar se o fluxo de veículos e observar se o trânsito melhorou na última semana com a passagem livre do pedágio.
A “enquete” vem sendo feita através do email [email protected], onde a população pode opinar sobre a qualidade do serviço da concessionária antes e após a liberação do pedágio, ou seja, a partir do dia 20 deste mês, quando houve a marcha dos 100 mil em Vitória, e um grupo depredou as cabines da Terceira Ponte.
Caso seja constatada uma melhoria no trânsito, afirmou Lemos, o MPES poderá ingressar com uma ação pedindo a retirada das cabines da região metropolitana de Vitória.
Além disso, como frisou a promotora Sandra Lengruber, a reunião, apesar da ausência da concessionária, serviu para aproximar a Arsi do MPES. “Levantamos as ações que tratam do contrato de concessão da Rodosol. São cinco ações. Uma é de 1998, e vamos solicitar o andamento do feito destas ações”, garantiu.
Além disso, foram solicitadas pela promotora as informações da Arsi sobre a arrecadação da Rodosol, assim como o fluxo de carros nos últimos anos que passaram pela Terceira Ponte. De acordo com a promotora, isso poderá comprovar se houve aumento do fluxo de veículos nos últimos anos.
O MP também solicitou a apresentação da auditoria feita pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) sobre a Rodosol no governo Paulo Hartung. “Com estas respostas vamos ter a possibilidade de constatar se todas as demandas necessárias estão contempladas pelas ações já existentes ou se será preciso uma nova ação”, afirmou Sandra.
Ao todo, existem cinco ações envolvendo a Rodosol no Estado. Uma delas, movidas pelo MPES, questiona o valor da tarifa do pedágio, a outra se refere a um problema ambiental no trecho da ES-060, em Guarapari. A promotora disse que irá pedir celeridade nos processos.