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Rodoviários da Tabuazeiro aceitam proposta e retornam às atividades

Trabalhadores da Viação Metropolitana não aceitaram acordo e mantêm paralisação nas linhas do Transcol

Os rodoviários da Viação Tabuazeiro, responsável pelo transporte de passageiros em Vitória, voltaram às suas atividades na tarde desta quinta-feira (20). Eles haviam começado uma paralisação nesta manhã, juntamente com os trabalhadores da Viação Metropolitana, que opera linhas do Transcol e mantêm o movimento. Os rodoviários da Tabuazeiro aceitaram a proposta feita pela empresa, de pagar o salário e o tíquete alimentação atrasados no dia 30 de agosto.


Segundo do diretor do Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Rodoviário do Espírito Santo (Sindirodoviários), Miguel Leite, a proposta foi feita em uma reunião sugerida pela Tabuazeiro. A empresa afirmou que se os ônibus não voltassem a circular, a situação financeira iria piorar, podendo levá-la à falência. Miguel relata que, diante disso, os trabalhadores decidiram aceitar a proposta. 

Os rodoviários, afirma Miguel, recebem seus salários divididos em duas prestações mensais. A Viação Tabuazeiro depositou nesta quinta, com atraso, a primeira parte, mas não pagou a segunda nem o tíquete. Já a Metropolitana, cujos trabalhadores ainda não têm previsão de retorno às atividades, não pagou nenhuma das duas em agosto, disponibilizando somente o tíquete alimentação, diz o sindicalista. 

Segundo ele, a Metropolitana propôs o pagamento da primeira parcela para a próxima terça-feira (25) e da segunda para o dia 28 de agosto. 

A iniciativa de parar partiu dos próprios trabalhadores, diante do atraso salarial. “O Sindicato está apoiando. O trabalhador não aguenta mais essa situação”, ressalta. Ele acrescenta que as empresas vêm atrasando os salários há cinco anos e que a justificativa é a redução de passageiros e a pandemia da Covid-19. 


Não é a primeira vez este ano que os trabalhadores da Tabuazeiro paralisam suas atividades. Em junho ocorreu uma greve por causa do atraso salarial de três meses e de dois meses no tíquete alimentação. Na ocasião o argumento da empresa para o não pagamento também foi a queda do número de passageiros em decorrência da pandemia do coronavírus. Muitos trabalhadores, como apontou na ocasião o Sindirodoviários, estavam sem condições psicológicas de prosseguir nas atividades, pois passavam necessidade. 

A greve chegou ao fim no dia 30 de junho, após os rodoviários aceitarem a proposta da empresa de parcelamento em 10 vezes dos salários e de um mês de tíquete.

No dia 12 de agosto, os trabalhadores da Viação Sanremo, empresa de transporte de passageiros que atua no município de Vila Velha, também ameaçaram paralisar, mas isso não aconteceu, pois aceitaram a proposta da empresa de pagar parceladamente o tíquete alimentação atrasado. 


Segundo o diretor do sindicato, Antônio Carlos Lemos, o Carlão, o valor do tíquete alimentação é de R$ 754,00. A proposta feita pela empresa foi de pagar 500 no dia 20 de cada mês, de agosto a janeiro de 2020, para a partir de fevereiro de 2021 pagar o valor integral mais os R$ 254 que faltaram nos meses anteriores até julho. A proposta foi aprovada em assembleia por 137 trabalhadores e recusada por 37, que viam a greve como alternativa.

Carlão afirma que a Sanremo também alega que está com dificuldades financeiras por causa da pandemia da Covid-19, que fez com que o número de passageiros reduzisse, e ainda que não está conseguindo empréstimo. Ele informa que a Sanremo chegou a atrasar o pagamento dos salários nos meses de maio e junho, mas quitou a dívida.

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