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Sem água há 45 dias, instituto social tem suas atividades prejudicadas

Miq Gonçalves, diretor executivo do Aprender Cultura, já reportou o problema para a Cesan, que não se empenhou na solução

As atividades do Instituto Aprender Cultura, em Flexal II, Cariacica, na Grande Vitória, estão prejudicadas pela falta d’água, que começou há 45 dias. Embora a Companhia Espírito-Santense de Sanamento (Cesan) já tenha sido acionada, o problema persiste, fazendo com que funcionários tenham que contar com ajuda de moradores e comerciantes da região, que dão sua contribuição por meio de doações de baldes d’água.

O diretor executivo e fundador do Instituto, Miq Gonçalves, relata que havia uma bomba que possibilitava a utilização de água de um poço artesiano, mas não funcionava bem. Foi solicitado, então, que a Cesan fizesse ligação direto da rua, porém, como informado, o proprietário do imóvel, que é alugado, tinha dívida antiga com a empresa. A dívida, segundo Miq, foi paga assim que foi comunicada sua existência.

A partir daí, a Cesan solicitou a matrícula da instalação, mas, por não haver uma anterior no imóvel, não tem como fornecer esse número, persistindo o problema, já que a autarquia não apresenta alternativas para o atendimento. “A situação está bem ruim. Parece que voltamos para a época em começaram as ocupações em Flexal, quando as pessoas tinham que ‘bater balde”, diz Miq, que também se pronunciou nas redes sociais do instituto, afirmando que a situação “é um descaso com a periferia, se fosse em qualquer bairro de classe média alta, já teriam resolvido o problema”.
É o “bater balde”, ou seja, buscar água na casa dos vizinhos, que tem possibilitado que o Instituto dê prosseguimento às suas atividades, mesmo com dificuldades.

No espaço, são realizadas aulas de dança, teatro, fotografia, capoeira e vídeo, atendendo a cerca de 150 crianças e adolescentes. Também são oferecidos lanches, o que requer água para preparar a comida e lavar a louça utilizada para isso. A saída encontrada para fornecer almoço para os funcionários, que é feito na cozinha do Instituto, foi almoçar fora, gerando um custo adicional. Embora as funcionárias se esforcem para obter água com os vizinhos, o espaço, relata Miq, não fica “plenamente limpo” e há dificuldade, inclusive, para disponibilizar água para as pessoas beberem. 

A preocupação, afirma Miq, não é somente com a continuidade das atividades já realizadas e com a garantia de comodidade para quem frequenta o espaço, mas também com a festa de 10 anos do instituto, prevista para início de dezembro. Apesar de marcada para cerca de um mês, o diretor executivo do Aprender Cultura teme que o problema não seja resolvido até lá. A comemoração já está com programação elaborada, com atividades como desfile de moda, encontro de brechós e slam.

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