A falta de atendimento médico no interior do Estado, que faz com que pacientes dependam de tratamento na Grande Vitória, fez mais vítimas nesta segunda (18). Quinze pessoas que seguiam de Mantenópolis para Vitória colidiram com um veículo Polo, na BR 101, altura do bairro Nova Carapina, na Serra, e tiveram ferimentos leves. Já o motorista do carro morreu no local.
A van da Prefeitura de Mantenópolis transportava pessoas para consulta médica em Vitória, quando foi surpreendida pelo veículo, que teria invadido a pista em que seguiam os pacientes. A ocorrência, entretanto, não é um fato isolado. As viagens diárias de moradores do interior do Estado que buscam atendimento médico em municípios polo ou na Grande Vitória colocam pacientes em risco há anos no Estado. Em 2012, um táxi que transportava cinco pacientes capotou na rodovia ES-315, na altura do distrito de Nova Lima, em Pinheiros, no norte do Estado, quando seguia para Linhares, onde os pacientes fariam hemodiálise. Neste acidente, o motorista ficou gravemente ferido.
Ainda no ano passado, somente no mês de setembro, dois acidentes vitimaram cinco pessoas. Quatro delas morreram. Outro acidente registrado em 2012 no norte do Estado matou uma pessoa e outras três ficaram feridas em um acidente envolvendo um carro que transportava quatro pessoas de Pinheiros para o tratamento de catarata em Vitória e colidiu com um caminhão que transportava manilhas e seguia de São Mateus para a Bahia pela BR 101.
Além do risco nas estradas, esses acidentes revelam um problema crônico no Estado: a falta de atendimento médico especializado nos municípios capixabas. Falta desde uma consulta com pediatra até quimioterapia, o que além de gerar o deslocamento de pacientes no Estado, sobrecarrega os principais hospitais da Grande Vitória.
Para os especialistas, faltam hospitais de referência em municípios-polo. Na prática, isso decorre no aumento de carros, vans e ambulâncias nas estradas em busca de atendimento médico e, consequentemente, de acidentes nas rodovias precariamente conservadas do Estado.
Entre as propostas já apresentadas para solucionar o problema está à implantação de um Plano Diretor de Regionalização (PDR), que divide o Estado em quatro macrorregiões, com o objetivo de descentralizar a saúde. O objetivo é fazer com que os moradores do interior do Estado não precisem recorrer aos hospitais da Grande Vitória em busca de atendimento de alta e média complexidades.