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Sem ideias de mobilidade, governo ressuscita abertura da Praça do Cauê

Sem ideias ou propostas consistentes na área de mobilidade urbana, o governo Paulo Hartung (PMDB) ressuscitou um projeto de corte da Praça do Cauê, em Praia Santa Helena, Vitória, já rejeitado pelos moradores locais. Como mostra matéria de A Tribuna desta terça-feira (5), o governo do Estado estuda a realização de um elevado na região, semelhante ao apresentado pelo engenheiro Luiz Carlos Menezes, em 2013.
 
A abertura da histórica praça, erguida no início do século XX, continua com a justificativa de implantação do BRT (vias exclusivas para ônibus), ligando a Terceira Ponte à Avenida Nossa Senhora da Penha. Naquele ano, dois encontros em um período de um mês entre representantes da prefeitura, do governo do Estado e moradores discutiram as obras na Praça do Cauê. Em ambas, nem o projeto apresentado pela prefeitura no primeiro encontro, nem a proposta do engenheiro, no segundo, foram bem acolhidos.
 
A Prefeitura de Vitória tentou perfumar seu projeto com o discurso da revitalização da praça. O prefeito Luciano Rezende (PPS) apresentou o projeto de divisão da praça em duas, com supressão das duas ruas do entorno; o ganho de mais mil metros quadrados (hoje são cerca de cinco mil); a manutenção das quadras poliesportiva e de tênis; e construção de mais um playground, ciclovia, paraciclos, calçada cidadã. No final, um morador classificou o projeto de “gambiarra estilizada”. 
 
A reunião seguinte desferiu mais críticas às tentativas do governo e da prefeitura. O projeto do elevado, que inclui uma passagem subterrânea para pedestres, entrou na mira. Tanto este quanto o da prefeitura teriam efeito semelhante: a degradação urbana da região. Os moradores apontaram mais um porém no projeto do engenheiro: chuvas intensas poderiam alagar a passagem para pedestres, que é rebaixada. 
 
A subsecretária estadual de Mobilidade Urbana, Luciene Becacici, que aparece na matéria de A Tribuna defendendo o projeto, estava presente nessa reunião, substituindo o então secretário estadual de Obras Públicas, Fábio Damasceno. Ouviu, portanto, todas as críticas aos projetos de corte da praça.
 
Após as reuniões, o Cauê caiu nas graças dos cicloativistas da Grande Vitória, virando ponto para realização de atividades ou de encontro para bicicletadas. Foi rebatizada de “Praça do Ciclista”. 
 
Há o consenso de que é preciso contornar o gargalo viário da Terceira Ponte, mas também há questionamentos embasados contra o sacrifício da Praça do Cauê para problemas de mobilidade. Violar espaços públicos com elevados ou mergulhões para abrir estrada para carros nunca remediou achaques urbanos. 
 
Com mais de 100 dias de governo, Paulo Hartung (PMDB) ainda não apresentou projetos para mobilidade urbana. A nova gestão Hartung por ora limitou-se a cancelar o edital do Aquaviário e fazer promessas imprecisas de implantação de intervenções urbanas no Portal do Príncipe; implantação do BRT; reestruturação do projeto do Aquaviário; entre outras.

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