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Sem motivo, construção de casas populares em Barra do Riacho está parada há seis meses

Mais problemas surgiram entre as famílias do loteamento Nova Esperança, em Barra do Riacho, Aracruz, e as ansiadas casas populares do programa Minha Casa, Minha Vida que estavam sendo erguidas na área. De acordo com Valdinei Tavares, diretor da ONG Amigos da Barra do Riacho, ladrões invadiram o canteiro de obras e furtaram um sem-número de materiais, além de depredarem instalações. A denúncia partiu de moradores do antigo loteamento. A situação é derivada de outra, mais grave: as obras estão paralisadas há seis meses. 
 
Valdinei diz que os ladrões aproveitaram o abandono e invadiram o local. Furtaram cerca 100 sacos de cimentos, instalações hidráulicas e elétricas, telhados, ferramentas, areia, brita e lajotas. O refeitório e o vestiário foram depredados. O canteiro de obras também foi avariado. A comunidade teme mais atraso nas obras. “Virou um casamento de viúva”, compara Valdinei.
 
A causa da paralisação é desconhecida. A licitação realizada pela Prefeitura de Aracruz foi vencida pela Construtora Arpa e as obras começaram no início de 2014, com perspectiva de entrega para o Natal deste ano. Mas, destaca Valdinei, nem a prefeitura nem a Caixa Econômica Federal (CEF) se manifestaram sobre a situação. No canteiro, já não há operários. A construtora retirou os contêineres. 
 
A história recente de Nova Esperança nasce com uma história de selvageria policial. Em maio de 2011, o Batalhão de Missões Especiais (BME) investiu contra 313 famílias para cumprir uma decisão judicial de reintegração de posse do loteamento, um terreno de 100 mil metros quadrados situado numa área mais afastada do distrito. O loteamento surgira precisamente em função do grave déficit habitacional do município.
 
Os desalojados de Nova Esperança foram acolhidos pelo Projeto Aluguel Social, da Prefeitura de Aracruz, para bancar uma nova casa. Mas a maior parte das famílias pena com o atraso no pagamento e, logo, com o acúmulo de dívidas. Algumas famílias chegaram a gastar R$ 15 mil para erguer uma casa no loteamento, ao final devastadas pela truculência policial. 
 
O quadro atual só mostra o quão gratuita foi a ação violenta do BME. As obras começaram, pararam e agora não se sabe quando serão retomadas e, menos ainda, entregues.
 
Valdinei cobra uma reunião com a Gerência Regional de Habitação da Caixa. “Não está havendo um diálogo aberto com a sociedade”, critica. A comunidade aventa nova ocupação; os moradores iriam realizar as obras pelas próprias mãos. “Já está havendo vandalismo. Se não tem competência para vigiar um canteiro de obras, terá competência para tocar a obra?”, questiona Valdinei. Ele gostaria que fosse tomada a providência, pela empresa ou pelo banco, de instalar uma guarda patrimonial no canteiro.

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