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Sequência de acidentes põe em xeque nova licitação do Transcol

A hora não é de falar de engarrafamentos monstruosos. A hora é de perguntar: de que, afinal, serviu a nova licitação do Transcol? Em agosto, um ônibus articulado invadiu a calçada da Estação Ferroviária Pedro Nolasco, em Cariacica. Nessa segunda-feira (9), um ônibus despencou ribanceira abaixo na Serra. E dois dias depois, na quarta-feira (11), outro articulado apresentou falha mecânica e estancou sobre a Terceira Ponte.
 
O acidente em Cariacica deixou uma vítima fatal e vários feridos; na Serra, vários feridos. Na ponte, um nó múltiplo em Vila Velha e Vitória, duas cidades paradas e a paciência de milhares de trabalhadores fervilhando por cerca de três horas. E as causas de tantos inconvenientes? No primeiro, um mal súbito do motorista; no segundo, indícios apontam para o mesmo motivo; no terceira, a clara falta de fiscalização. 
 
Em tão pouco tempo, e com três exemplos tão convincentes quanto deploráveis, os novos grupos vencedores da licitação do sistema de transporte público metropolitano ainda não disseram a que vieram. Afora o layout dos veículos e os uniformes dos funcionários, tudo continua na mesma: a incompetência fiscalizadora do Estado e a inoperância gestora dos empresários. 
 
Após a publicação dos consórcios vencedores da concorrência, o Sindicato das Empresas de Transporte Metropolitano da Grande Vitória (GVBus) celebrou o novo sistema: inclusão de 567 novos ônibus até o final de 2014, lojas de atendimento em todos os terminais, parcerias com redes de farmácias e supermercados para a venda de créditos do cartão bilhetagem e do Cartão Turista, sistema de identificação facial para beneficiários de gratuidade.
 
Os consórcios Atlântico Sul e Sudoeste, vencedores da concorrência pública, são formados por 11 empresas e dividem a operação na Grande Vitória.  
 
Mas, como de praxe, nos momentos de desconforto do GVBus, só se manifesta por “meio de nota”. Explicações consistentes para tantos acidentes em curto espaço de tempo não se veem. A Companhia de Transportes Urbanos da Grande Vitória (Ceturb-GV) procede de igual maneira.
 
Na quarta-feira (10), o deputado estadual linharense Guerino Zanon (PMDB) foi o único que repercutiu o caos instalado naquela manhã na sessão da Assembleia Legislativa. Foi no alvo: “É natural um carro quebrar. O absurdo está isso acontecer às 6h30 da manhã e quase 9h esse veículo ainda estar no mesmo lugar”.
 
Em setembro de 2014, também uma pane em um ônibus do Transcol, que causou semelhante desordem no trânsito de Vila Velha e Vitória, motivou uma ação civil pública do Ministério Público Estadual (MPES) contra a Boa Viagem Locação de Veículos Ltda, a Viação Praia Sol Ltda e a Ceturb-GV. Não se sabe que fim levou a ação.
 
Nem a GVBus, nem a Ceturb-GV explicaram por que motoristas do Transcol estão sendo acometidos por ataques de mal súbito. Mais uma vez: em dois casos, uma pessoa morreu e algumas dezenas de passageiros ficaram feridas. 
 
Quando o assunto é falha mecânica, a GVBus e a Ceturb-GV tem manifestado a mesma inaptidão. A cada vez que um veículo quebra na ponte, filas se formam nos terminais, os ônibus não chegam e os passageiros ficam se olhando, aguardando as respostas caírem do céu. 
 
Na quarta, um funcionário do da Ceturb-GV, crachá no peito, passou gritando: “Quem vai para a Beira-Mar aproveita que não tem ônibus! Está tudo parado!”. A isso, um esperneio tresloucado, se resume o plano de contingência da GVBus e da Ceturb-GV.

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