A manifestação realizada na tarde desta segunda-feira (25) em favor da reabertura dos shoppings durante a pandemia de Covid-19 trata-se de uma incoerência por par parte dos lojistas, afirma o presidente do Sindicato dos Comerciários do Estado (Sindicomerciários), Rodrigo Rocha. Ele salienta que os participantes do protesto querem a reabertura dos shoppings, mas comparecem à manifestação de carro e utilizando máscaras, o que mostra que estão cientes do perigo do contágio.
Os manifestantes saíram dos Shoppings Vitória e Vila Velha em carreata rumo ao Palácio Anchieta, Centro de Vitória. “Não existem argumentos para a defesa da reabertura dos shoppings. Se isso acontecer, vai piorar ainda mais a situação que já foi agravada pela reabertura do comércio de rua. Vemos cada vez mais o número de mortos e infectados crescer, estamos caminhando para o lockdown”, reforça o presidente da entidade.
O sindicato, como aponta Rodrigo, defende que a reabertura dos shoppings deve ser feita somente depois de passado o pico da pandemia e, ainda assim, aliada a medidas de prevenção como utilização de máscaras, disponibilização de álcool em gel, higienização completa dos espaços físicos, limitação de circulação de pessoas, não abertura aos finais de semana e maior circulação de ar. Rodrigo destaca que o sindicato é contrário, mesmo depois do pico da pandemia, à reabertura de cinemas e espaços de lazer, devendo estes setores esperar mais um pouco antes de normalizarem as atividades.
Partidos, movimentos sociais, centrais e sindicatos também veem com preocupação a reabertura do comércio de rua e o pedido de retomada das atividades nos shoppings. “Houve a reabertura do comércio e o número de infectados aumentou de maneira agressiva. Os lojistas não garantem a saúde dos trabalhadores”, destaca o presidente estadual do Psol, Antônio Elias Miranda Gomes.
O partido reunirá outros grupos da sociedade civil organizada em reunião a ser realizada nesta terça-feira (26), virtualmente, para discutir ações a serem executadas durante e depois da pandemia. Antônio salienta que há contradições entre os discursos do secretário estadual de saúde, Nésio Fernandes, e do governador Renato Casagrande (PSB). O presidente do Psol aponta que o secretário fala na possibilidade de lockdown, enquanto Casagrande não fala sobre isso e nem ao menos investiu na construção de hospitais de campanha.
O presidente estadual do Psol afirma ainda que é preciso se mobilizar diante das diversas ameaças que estão postas, como o desemprego e o atentado à democracia. “Antes da pandemia, a realidade era de desemprego. Isso está pior, pois os empregos estão ameaçados, por exemplo, por falta de apoio aos pequenos e médio empresários, pelo desentendimento do Governo Federal com parceiros comerciais e investidores. Também há ameaças de fechamento do Congresso Nacional e incentivo ao armamento da população”, frisa.
Entre os partidos confirmados estão PSTU e PCB. Também confirmaram participação na reunião sindicatos, centrais, movimentos e organismos como Brigadas Populares, Central Única dos Trabalhadores (CUT), Círculo Palmarino, Força Sindical, Frente Povo sem Medo, Movimento Nacional de Direitos Humanos (MNDH), Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST), Sindicato dos Ferroviários e Vicariato para Ação Social Política e Ecumênica da Arquidiocese de Vitória.