Um dos notificados é o ex-diretor financeiro, Eduardo Borges. Rombo passa dos R$ 260 mil, segundo a entidade
A direção do Sindicato dos Técnicos Industriais de Nível Médio no Espírito Santo (Sintec-ES) encaminhou notificação extrajudicial ao ex-diretor Financeiro da entidade, Eduardo Borges Silva, para que ele explique a autorização que fez durante sua gestão, entre 2021 e 2022, para possíveis pagamentos irregulares de quase R$ 260 mil.
A notificação extrajudicial questiona Eduardo por malversação de verba e dilapidação do patrimônio do Sintec, e pede o ressarcimento aos cofres da entidade. O montante engloba três aditivos ao contrato original firmado com escritórios de advocacia que prestavam serviços à entidade. Eduardo Borges é conhecido como “Dudu da Pelotização”, devido à sua origem funcional como eletricista de usina de pelotização da Vale.
Dois aditivos, no valor de R$ 33 mil e R$ 150 mil, referem-se a uma ação voltada a “atacar decisão judicial” e reintegrar antigos diretores ao corpo dirigente da entidade, ambos serviços jurídicos já previstos no contrato original firmado entre o Sindicato e o escritório de advocacia.
O documento ressalta ainda que o aditivo de R$ 150 mil pode ter sido superfaturado em R$ 15 mil, conforme nota fiscal de R$ 165 mil apresentada pela prestação de serviços e ordenado o pagamento pelo então diretor Financeiro. Além disso, verificou-se um pagamento de R$ 66 mil que não encontra nenhuma informação sobre sua origem.
A notificação extrajudicial também solicita a Eduardo Borges explicações sobre a majoração do contrato de serviços jurídicos. Isso porque, cinco meses após o contrato ser assinado, os valores previstos foram reajustados de R$ 3,5 mil para R$ 6 mil, sem que tenha havido qualquer ampliação dos plantões que justificasse o aumento.
Demais envolvidos
O aditivo de R$ 150 mil beneficiou diretamente Eduardo Borges, uma vez que a ação de reintegração pedia a volta do dirigente aos quadros do Sintec. Mas não só a ele. O então presidente do Sintec, Dionísio Carvalho, e o secretário-geral daquela gestão, Kepler Daniel, também foram beneficiados pela ação de reintegração.
Além disso, tanto Dionísio quanto Kepler autorizaram os aditivos e o reajuste do contrato indevidos, razão pela qual também foram notificados, inclusive para ressarcir os cofres do Sindicato. Também estão sendo apuradas pelo Conselho Fiscal do Sintec despesas de cerca de 400% acima da receita, realizadas pela gestão anterior, no período de janeiro a agosto de 2022.